quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Nazismo e sua representação em Star Trek, por Fernando Rodrigues Fonseca



Como professor de História e trekker, é evidente que, sempre que possível, utilizo Star Trek em minha atividade docente. Seja em exemplos diversos dados em meio as aulas, seja através de trabalhos mais específicos e elaborados como é o caso do trabalho que relato neste post. 

Tenho uma turma de 9º ano fantástica, com alunos acima da média. Esse fato por si só já facilita tremendamente o meu trabalho, por outro lado coloca um desafio ainda maior a minha frente, já que se tratam de alunos inteligentes e curiosos, que não se satisfazem com o mínimo. Querem sempre o máximo. Por isso, criei uma atividade para o conteúdo de Nazismo e 2ª Guerra Mundial envolvendo o episódio "Padrões de Força", da segunda temporada da série original. Um trabalho exigente, que busca despertar a capacidade dos alunos em interpretarem a sociedade na qual vivem, bem como problemas históricos, a partir das obras audiovisuais de ficção. Mas por que Star Trek, se existem tantas obras que tratam sobre a 2ª Guerra Mundial e o Nazismo que se passam no calor dos acontecimentos? A resposta é simples: pelos valores que Star Trek nos ensina. Além do respeito à liberdade, à diversidade, aprendemos com Star Trek a defesa intransigente da tolerância. A filosofia principal de Jornada nas Estrelas é "Infinita diversidade, em infinitas combinações". Isto é, tudo que aprendemos com a série é justamento o oposto do que o nazismo pregou e colocou em prática. Por fim, o princípio basilar da Federação: A Primeira Diretriz. Esta norma versa sobre o primeiro contato com novas civilizações. É vedada a contaminação cultural sobre sociedades que se encontrem em estágios tecnologicamente inferiores, a fim de evitar o que os europeus fizeram com as sociedades pré-colombianas, por exemplo. Pois é exatamente uma violação da Primeira Diretriz que causa os problemas que podemos acompanhar no episódio. 

 As aulas foram planejadas mais ou menos da seguinte forma:

1. Expliquei brevemente a história do antissemitismo na Europa, até atingir o estágio de "antissemitismo racista", que serviu de força motriz ao nazismo;

2. Contextualizei o ódio e a perseguição sistemática aos judeus ao longo da década de 20 e seu recrudescimento a partir da chegada dos nazistas ao poder;

3. Exibi o documentário "Arquitetura da Destruição" com o objetivo de demonstrar que o nazismo se trata (também) de uma estética, objetivando "embelezar o mundo" através do extermínio dos elementos culturais e artísticos considerados degenerados (entartete kunst), elementos estes associados diretamente aos bolcheviques e aos judeus, considerados pelos nazis "representantes étnicos da internacional comunista"; 

4. Discuti a partir deste dado, que não bastava ao nazismo eliminar a arte "bolchevique e judaica", mas era necessário eliminar fisicamente (a solução final) os criadores desta cultura, isto é, os judeus, que desta forma foram diuturnamente desumanizados pela propaganda nazista, associados perante a opinião pública através dos meios de comunicação de massa a animais, insetos e vermes. Assim surgem os campos de concentração e extermínio. 

5. Para visualizarmos estes elementos em funcionamento, propus a exibição do episódio "Padrões de Força", de Star Trek, onde há uma denúncia contundente do nazismo. Na produção em questão, de 1966 (portanto duas décadas após a liquidação do nazismo), é possível verificar a perseguição, a desumanização e as tentativas de aniquilição de um povo. Na história, nazistas e judeus; na ficção, ekoseanos e zeons. Da mesma forma, o episódio nos transmite a ideia de que qualquer tentativa de extrair algo de positivo do nazismo (o desenvolvimento econômico da Alemanha nazista, por exemplo) é uma impossibilidade. Como disse John Gill, o observador cultural da Federação que feriu a Primeira Diretriz e implantou o regime nazista no planeta Ekos, tornando-se seu fuehrer: "Até mesmo os historiadores falham em aprender história. Cometem os mesmos erros". Sem dúvida, um alerta necessário, sobretudo nestes tempos onde o fascismo volta a mostrar os dentes. Para preparar os alunos, fiz uma apresentação em power point explicando as principais características do regime nazista, destacando um dos objetivos da atividade que é desenvolver o olhar crítico sobre produções audiovisuais e mostrando personagens e filosofias de Star Trek. Complementarmente, distribuí um texto de minha autoria intitulado "Nazismo: a barbárie na civilização", construído de forma a destacar - sem relacionar diretamente - estratégias nazistas para a legitimação do holocausto presentes no episódio "Padrões de Força". 

6. Para finalizar, sugeri aos educandos que produzissem um artigo onde pudessem demonstrar que aprenderam a utilizar as produções audiovisuais como ferramentas de leitura de mundo, interpretação da realidade e problematização historiográfica. O formato do artigo vem em seções padronizadas: Título; Resumo; 1. Introdução (apresentar a intersecção dos dois temas: Nazismo e Star Trek); 2. Nazismo e perseguição aos judeus (com o objetivo de historizar-se o holocausto); 3. Realidade e ficção (com o objetivo de desenvolver a competência de leitura crítica de determinado evento histórico a partir de obra ficcional); 4. Conclusão; Referências. 

Às alunas e aos alunos (meninas dominam!) que atingiram mais do que satisfatoriamente a proposta da atividade, obtendo nota máxima, fiz o convite para que seus textos fossem publicados aqui, o que foi aceito por Fernando, HenriqueEllenJúliaLuanaSara e pelo Felipe, algo que me honra demais. Como é bom quando o professor tem esse material humano para trabalhar. São meus queridos formandos da turma 92, turma a qual me sinto extremamente orgulhoso e agraciado com o privilégio de ser seu paraninfo.

De última hora recebi mais um artigo ótimo do Fernando:

Nazismo e sua representação em Star Trek


Fernando Rodrigues Fonseca


RESUMO: O nazismo foi um movimento que fez um grande e terrível marco na história da humanidade, causando a morte de milhões de inocentes por questões raciais e irracionais, mas por que alguém teria tanto ódio apenas por diferenças? Este artigo apresentará o porquê, e também será citado o episódio 21 da segunda temporada de Star Trek, “Padrões de Força” e sua representação do nazismo.

PALAVRAS-CHAVE: Nazismo. Racismo. Star Trek.

INTRODUÇÃO

Neste artigo serão abordadas algumas questões do nazismo como, seus motivos, como foi criado, resultado, suas ideias e como foram implantadas, e como foi feita a representação dele no episódio 21 da segunda temporada de Star Trek, série norte-americana criada por Gene Roddenberry.

NAZISMO E PERSEGUIÇÃO AOS JUDEUS

Em 1926, durante sua prisão por tentativa de golpe de estado, Adolf Hitler escreveu “Mein Kampf” (Minha Luta), livro que serviu de base para a ideologia nazista. No livro, Hitler contou os princípios do nazismo, dentre eles estava o racismo e o ódio pelos judeus, a quem Hitler culpava pela crise econômica na Alemanha.

Em 1933, o nazismo chegou ao poder e, em pouco tempo, trataram de assegurar sua permanência no poder, assim se iniciou o Terceiro Reich, período do poder de Hitler, o fuhrer (líder).

Em 1935, foram instituídas as Leis de Nuremberg, leis que determinavam a segregação racial entre judeus e arianos. A partir de então, o caráter racista do regime só se intensificou, levando à perseguição e eliminação dos judeus, ciganos, homossexuais e deficientes físicos e mentais. O objetivo de Hitler ao iniciar essas perseguições era, além de vingança, criar o “novo homem ariano”. A principal responsável pelas perseguições foi a Gestapo, a polícia política nazista. Após um tempo, além da perseguição, foi posto em prática a “solução final”, que constituía no genocídio de judeus usando câmaras de gás.

No final da Segunda Guerra Mundial foi somado mais de 6 milhões de vítimas do nazismo.

REALIDADE E FICÇÃO

No episódio 21 da segunda temporada de Star Trek, a nave U.S.S. Enterprise recebe a missão de procurar John Gill, um historiador humano desaparecido da federação, que foi enviado ao planeta Ekos como observador cultural. Quando Spock e Kirk chegaram em Ekos, percebem um zeon (habitante de Zeon) sendo preso por ekoseanos usando uniformes idênticos aos da Alemanha nazista, e perceberam, por um discurso seu passando pela televisão, que Gill estava agindo como fuhrer, assim podemos identificar os zeons como judeus e ekoseanos como nazistas.

Mas por que Gill implantou o nazismo em Ekos? Seu objetivo na verdade era trazer a parte boa do nazismo para fazer a civilização prosperar mais rapidamente, mas seu vice, Melakon, trouxe o racismo, justificando qualquer problema com a presença de zeons e cria a “decisão final”, que igualmente à “solução final”, consiste no genocídio de zeons/judeus.

Após Spock e Kirk se infiltrarem disfarçados de nazistas na sala de Gill, conseguem recuperar o suficiente de sua consciência para fazer outro discurso para acabar com o nazismo e culpar Melakon. Após isso, Gill é morto por Melakon e suas últimas palavras foram “até historiadores falham em questões de história, eles repetem os mesmos erros”.

CONCLUSÃO

O nazismo foi algo horrível que marcou a história pelo genocídio de milhões de judeus e deverá ser lembrado para que nunca ocorram os mesmos erros. Obras como esse episódio de Star Trek são boas representações de como o nazismo é e foi ruim e porquê não deveria ser repetido em nenhum lugar.

BIBLIOGRAFIA

https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/nazi-racism

https://www.infoescola.com/historia/nazismo/

https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Star_Trek_(s%C3%A9rie_original)


Star Trek: a lição de John Gill, por Henrique Alexandre Marques da Costa



Como professor de História e trekker, é evidente que, sempre que possível, utilizo Star Trek em minha atividade docente. Seja em exemplos diversos dados em meio as aulas, seja através de trabalhos mais específicos e elaborados como é o caso do trabalho que relato neste post. 

Tenho uma turma de 9º ano fantástica, com alunos acima da média. Esse fato por si só já facilita tremendamente o meu trabalho, por outro lado coloca um desafio ainda maior a minha frente, já que se tratam de alunos inteligentes e curiosos, que não se satisfazem com o mínimo. Querem sempre o máximo. Por isso, criei uma atividade para o conteúdo de Nazismo e 2ª Guerra Mundial envolvendo o episódio "Padrões de Força", da segunda temporada da série original. Um trabalho exigente, que busca despertar a capacidade dos alunos em interpretarem a sociedade na qual vivem, bem como problemas históricos, a partir das obras audiovisuais de ficção. Mas por que Star Trek, se existem tantas obras que tratam sobre a 2ª Guerra Mundial e o Nazismo que se passam no calor dos acontecimentos? A resposta é simples: pelos valores que Star Trek nos ensina. Além do respeito à liberdade, à diversidade, aprendemos com Star Trek a defesa intransigente da tolerância. A filosofia principal de Jornada nas Estrelas é "Infinita diversidade, em infinitas combinações". Isto é, tudo que aprendemos com a série é justamento o oposto do que o nazismo pregou e colocou em prática. Por fim, o princípio basilar da Federação: A Primeira Diretriz. Esta norma versa sobre o primeiro contato com novas civilizações. É vedada a contaminação cultural sobre sociedades que se encontrem em estágios tecnologicamente inferiores, a fim de evitar o que os europeus fizeram com as sociedades pré-colombianas, por exemplo. Pois é exatamente uma violação da Primeira Diretriz que causa os problemas que podemos acompanhar no episódio. 

 As aulas foram planejadas mais ou menos da seguinte forma:

1. Expliquei brevemente a história do antissemitismo na Europa, até atingir o estágio de "antissemitismo racista", que serviu de força motriz ao nazismo;

2. Contextualizei o ódio e a perseguição sistemática aos judeus ao longo da década de 20 e seu recrudescimento a partir da chegada dos nazistas ao poder;

3. Exibi o documentário "Arquitetura da Destruição" com o objetivo de demonstrar que o nazismo se trata (também) de uma estética, objetivando "embelezar o mundo" através do extermínio dos elementos culturais e artísticos considerados degenerados (entartete kunst), elementos estes associados diretamente aos bolcheviques e aos judeus, considerados pelos nazis "representantes étnicos da internacional comunista"; 

4. Discuti a partir deste dado, que não bastava ao nazismo eliminar a arte "bolchevique e judaica", mas era necessário eliminar fisicamente (a solução final) os criadores desta cultura, isto é, os judeus, que desta forma foram diuturnamente desumanizados pela propaganda nazista, associados perante a opinião pública através dos meios de comunicação de massa a animais, insetos e vermes. Assim surgem os campos de concentração e extermínio. 

5. Para visualizarmos estes elementos em funcionamento, propus a exibição do episódio "Padrões de Força", de Star Trek, onde há uma denúncia contundente do nazismo. Na produção em questão, de 1966 (portanto duas décadas após a liquidação do nazismo), é possível verificar a perseguição, a desumanização e as tentativas de aniquilição de um povo. Na história, nazistas e judeus; na ficção, ekoseanos e zeons. Da mesma forma, o episódio nos transmite a ideia de que qualquer tentativa de extrair algo de positivo do nazismo (o desenvolvimento econômico da Alemanha nazista, por exemplo) é uma impossibilidade. Como disse John Gill, o observador cultural da Federação que feriu a Primeira Diretriz e implantou o regime nazista no planeta Ekos, tornando-se seu fuehrer: "Até mesmo os historiadores falham em aprender história. Cometem os mesmos erros". Sem dúvida, um alerta necessário, sobretudo nestes tempos onde o fascismo volta a mostrar os dentes. Para preparar os alunos, fiz uma apresentação em power point explicando as principais características do regime nazista, destacando um dos objetivos da atividade que é desenvolver o olhar crítico sobre produções audiovisuais e mostrando personagens e filosofias de Star Trek. Complementarmente, distribuí um texto de minha autoria intitulado "Nazismo: a barbárie na civilização", construído de forma a destacar - sem relacionar diretamente - estratégias nazistas para a legitimação do holocausto presentes no episódio "Padrões de Força". 

6. Para finalizar, sugeri aos educandos que produzissem um artigo onde pudessem demonstrar que aprenderam a utilizar as produções audiovisuais como ferramentas de leitura de mundo, interpretação da realidade e problematização historiográfica. O formato do artigo vem em seções padronizadas: Título; Resumo; 1. Introdução (apresentar a intersecção dos dois temas: Nazismo e Star Trek); 2. Nazismo e perseguição aos judeus (com o objetivo de historizar-se o holocausto); 3. Realidade e ficção (com o objetivo de desenvolver a competência de leitura crítica de determinado evento histórico a partir de obra ficcional); 4. Conclusão; Referências. 

Às alunas e aos alunos (meninas dominam!) que atingiram mais do que satisfatoriamente a proposta da atividade, obtendo nota máxima, fiz o convite para que seus textos fossem publicados aqui, o que foi aceito por HenriqueEllenJúliaLuanaSara e pelo Felipe, algo que me honra demais. Como é bom quando o professor tem esse material humano para trabalhar. São meus queridos formandos da turma 92, turma a qual me sinto extremamente orgulhoso e agraciado com o privilégio de ser seu paraninfo.

O sexto e último artigo é o do Henrique: 


STAR TREK: A LIÇÃO DE JOHN GILL 



Henrique Alexandre Marques da Costa


RESUMO: Esse trabalho trata sobre como a perseguição aos judeus é representada na série Star Trek, onde no episódio em questão os protagonistas visitam um planeta que tem fortes traços da terra durante o regime nazista.

PALAVRAS-CHAVE: Star Trek, Comparação, Nazismo, Filosofia, superioridade, aprendizado. 

INTRODUÇÃO

Durante o governo de Hitler a perseguição aos Judeus já era efetuada cruelmente, onde foi feita uma legislação para tirar a cidadania e nacionalidade alemã dos judeus. Isso seguiu como uma bola de neve, piorando cada vez mais com o passar do tempo até seu ápice: A Solução Final. A série Star Trek fez um episódio para retratar esses acontecimentos de uma forma diferente, para se encaixar em seu universo intergaláctico, mas que contém o mesmo sentido e significado. 

NAZISMO E PERSEGUIÇÃO AOS JUDEUS

O Nazismo pode ser resumido em uma frase: “A busca pela pureza racial”. Frase essa que se for colocada na visão de Hitler, seria a “simples” solução para os problemas alemães. Seguindo esse raciocínio, para se atingir a pureza racial, seria necessário exterminar as impurezas, logo, um inimigo deveria ser criado para facilitar o extermínio. E é nesse momento que os judeus entram na história. A mídia foi uma potente ferramenta para espalhar a “ameaça judaica” no país, criando propagandas onde os judeus eram representados com características animais, como os grandes narizes semelhantes a de um rato. 

Isso acontecia desde 1933, período em que Hitler assumiu o poder, onde foi criada uma legislação que retirava a cidadania e nacionalidade de qualquer judeu dentro da Alemanha. Em 1938 ocorreu o evento histórico conhecido como “Noite dos Cristais” onde mais de 1000 sinagogas foram incendiadas e 7mil estabelecimentos comerciais pertencentes a judeus foram danificados ou destruídos. Os cacos de vidro das vitrines que se destroçaram e estilhaçaram no chão deram origem ao nome do evento. Estima-se que 100 judeus foram assassinados. 

Mas isso era apenas o começo, antes os judeus perdiam cidadania e nacionalidade mas caso se convertessem, seriam “perdoados”. Com o tempo essa regra foi sendo apagada, até o ápice conhecido como “Solução Final” onde foi decretado que todo judeu deveria ser exterminado. Os judeus eram levados até os campos de concentração onde eram executados, mas não era apenas isso, cientistas alemães realizavam experiências com os presos, experiências imorais que buscavam aprofundar os raciais e ideológicos nazistas, tudo isso de uma forma intensamente desumana. Mesmo sendo categorizado como uma ideologia irracional, o nazismo utilizou os mais fortes meios de influência (rádios e propaganda) para trazer o apoio do povo, até chegar ao ponto de que a tão irracional “Decisão Final” fosse apoiada pelo povo. 

REALIDADE E FICÇÃO

O episódio 21 da segunda temporada de Star Trek tem fortes referências à Alemanha Nazista, deixando bem claro na maioria do tempo mas com algumas modificações. O episódio começa com Kirk e Spock investigando o paradeiro de John Gill, historiador que foi mandando para Ekos em uma missão de observação cultural. Logo ao chegarem se deparam com soldados com uniformes idênticos aos nazistas prendendo um cidadão zeoniano, dizendo-o para não tocar em nada de Ekos e o chamando de porco (um adjetivo extremamente utilizado no episódio). 

A partir desse ponto já podemos notar que Ekos representam os nazistas e Zeon os judeus, e que mesmo as duas raças sendo humanoides e praticamente iguais, o fato de serem de planetas diferentes já é motivo suficiente para preconceito. Vale destacar uma frase dita por Isak, membro da resistência Zeon “O que farão nazistas? Depois de nos matarem, o que farão? Apontarão as armas para si mesmos?”. Nessa frase Isak descreve perfeitamente a sensação de dúvida que muitas pessoas possuem: Caso todos os judeus/Zeons fossem exterminados, o que fariam os nazistas? Já que o preconceito aos Judeus/Zeons é o motivo de sua união e força? Essa dúvida vale tanto na ficção quanto na realidade. 

Seguindo com o episódio, é revelado para os Ekosianos que John Gill (que assumiu o posto de Führer) é na verdade um humano. Isso pode vir em referência a Hitler, já que o próprio tinha descendência judaica e havia nascido na Áustria, mas com a diferença que não havia uma terceira raça envolvida. O ponto mais forte do episódio é quando é revelado o porque de Gill influenciar o planeta a se tornar uma Alemanha nazista, quebrando assim o princípio da primeira diretriz onde se proíbe interferir no avanço de uma sociedade. O episódio todo o espectador fica com a grande dúvida de “Se Gill é um historiador, por que ele iria recriar o Nazismo?”. Seguindo o raciocínio de Gill, a única forma de fazer um povo como Ekos, planeta que já estava em conflito bélico, se recuperar e prosperar novamente era recriando o partido Nazista, já que a Alemanha que estava fragmentada se recuperou tão rápido ao ponto de dominação mundial por conta do partido. Gill menciona que no começo o plano havia funcionado, mas que após um tempo seu discurso foi distorcido por Melakon, o Vice-Führer, que tinha uma visão muita parecida à de Hitler, onde todos os problemas em Ekos eram culpa dos “porcos Zeons” e que sua existência deveria ser erradicada, como proposta pela sua “Decisão Final”. 

Quando pedem para Melakon classificar Spock com sua “Especialização em genética da pureza racial”, ele diz o seguinte: “Muito difícil. Veja os olhos sinistros e as orelhas mal formadas. Definitivamente uma raça inferior.” Ou seja, na visão de Melankon/Hitler qualquer diferença em seus padrões de beleza devem ser considerados inferiores, o que vai a completa discordância à filosofia Vulcana (raça do Spock) “Infinita diversidade em infinitas combinações”, frase essa que glorifica a diversidade dos povos e seres. O episódio termina com Gill conseguindo ficar consciente o suficiente para discursar para o povo de Ekos, impedindo a Decisão Final e culpando Melakon por todo aquele caos. Após isso, Gill morre nos braços de Kirk, onde deixa sua conclusão sobre tudo que fez “Até historiadores falham em aprender com a história. Eles repetem os mesmos erros”. 

CONCLUSÃO


Star Trek retratou muito bem a forma que o partido nazista agia, com uma forma que encaixasse perfeitamente em seu universo intergaláctico. Após terminar o episódio, é possível perceber que Gill era um homem bom, que durante seu estudo de Ekos percebeu que poderia salvar aquela sociedade com seu conhecimento da história da Terra, mas de uma forma diferente, sem o sadismo do Holocausto. 

Mesmo com todo seu esforço, Gill foi traído por Melakon que pôs seus ideais nas raízes do partido, provando que mesmo que recriem o Nazismo, pela melhor que seja as intenções das pessoas, nunca vai dar certo, pois vamos corrompê-lo alguma hora. Por isso estudamos história, por isso não devemos nos lembrar de apenas nomes e datas, mas sim das causas, motivações, filosofias e consequências, para podermos evoluir como pessoas. H

História é como um livro sempre em desenvolvimento, onde tudo que der certo será lembrado e utilizado futuramente, e tudo que der errado será lembrado para que nunca mais se repita.  




terça-feira, 27 de novembro de 2018

Nazismo através da ficção: Como a série Star Trek pode nos ensinar por meio da ficção os males do nazismo, por Luana Soares da Silveira



Como professor de História e trekker, é evidente que, sempre que possível, utilizo Star Trek em minha atividade docente. Seja em exemplos diversos dados em meio as aulas, seja através de trabalhos mais específicos e elaborados como é o caso do trabalho que relato neste post. 

Tenho uma turma de 9º ano fantástica, com alunos acima da média. Esse fato por si só já facilita tremendamente o meu trabalho, por outro lado coloca um desafio ainda maior a minha frente, já que se tratam de alunos inteligentes e curiosos, que não se satisfazem com o mínimo. Querem sempre o máximo. Por isso, criei uma atividade para o conteúdo de Nazismo e 2ª Guerra Mundial envolvendo o episódio "Padrões de Força", da segunda temporada da série original. Um trabalho exigente, que busca despertar a capacidade dos alunos em interpretarem a sociedade na qual vivem, bem como problemas históricos, a partir das obras audiovisuais de ficção. Mas por que Star Trek, se existem tantas obras que tratam sobre a 2ª Guerra Mundial e o Nazismo que se passam no calor dos acontecimentos? A resposta é simples: pelos valores que Star Trek nos ensina. Além do respeito à liberdade, à diversidade, aprendemos com Star Trek a defesa intransigente da tolerância. A filosofia principal de Jornada nas Estrelas é "Infinita diversidade, em infinitas combinações". Isto é, tudo que aprendemos com a série é justamento o oposto do que o nazismo pregou e colocou em prática. Por fim, o princípio basilar da Federação: A Primeira Diretriz. Esta norma versa sobre o primeiro contato com novas civilizações. É vedada a contaminação cultural sobre sociedades que se encontrem em estágios tecnologicamente inferiores, a fim de evitar o que os europeus fizeram com as sociedades pré-colombianas, por exemplo. Pois é exatamente uma violação da Primeira Diretriz que causa os problemas que podemos acompanhar no episódio. 

 As aulas foram planejadas mais ou menos da seguinte forma:

1. Expliquei brevemente a história do antissemitismo na Europa, até atingir o estágio de "antissemitismo racista", que serviu de força motriz ao nazismo;

2. Contextualizei o ódio e a perseguição sistemática aos judeus ao longo da década de 20 e seu recrudescimento a partir da chegada dos nazistas ao poder;

3. Exibi o documentário "Arquitetura da Destruição" com o objetivo de demonstrar que o nazismo se trata (também) de uma estética, objetivando "embelezar o mundo" através do extermínio dos elementos culturais e artísticos considerados degenerados (entartete kunst), elementos estes associados diretamente aos bolcheviques e aos judeus, considerados pelos nazis "representantes étnicos da internacional comunista"; 

4. Discuti a partir deste dado, que não bastava ao nazismo eliminar a arte "bolchevique e judaica", mas era necessário eliminar fisicamente (a solução final) os criadores desta cultura, isto é, os judeus, que desta forma foram diuturnamente desumanizados pela propaganda nazista, associados perante a opinião pública através dos meios de comunicação de massa a animais, insetos e vermes. Assim surgem os campos de concentração e extermínio. 

5. Para visualizarmos estes elementos em funcionamento, propus a exibição do episódio "Padrões de Força", de Star Trek, onde há uma denúncia contundente do nazismo. Na produção em questão, de 1966 (portanto duas décadas após a liquidação do nazismo), é possível verificar a perseguição, a desumanização e as tentativas de aniquilição de um povo. Na história, nazistas e judeus; na ficção, ekoseanos e zeons. Da mesma forma, o episódio nos transmite a ideia de que qualquer tentativa de extrair algo de positivo do nazismo (o desenvolvimento econômico da Alemanha nazista, por exemplo) é uma impossibilidade. Como disse John Gill, o observador cultural da Federação que feriu a Primeira Diretriz e implantou o regime nazista no planeta Ekos, tornando-se seu fuehrer: "Até mesmo os historiadores falham em aprender história. Cometem os mesmos erros". Sem dúvida, um alerta necessário, sobretudo nestes tempos onde o fascismo volta a mostrar os dentes. Para preparar os alunos, fiz uma apresentação em power point explicando as principais características do regime nazista, destacando um dos objetivos da atividade que é desenvolver o olhar crítico sobre produções audiovisuais e mostrando personagens e filosofias de Star Trek. Complementarmente, distribuí um texto de minha autoria intitulado "Nazismo: a barbárie na civilização", construído de forma a destacar - sem relacionar diretamente - estratégias nazistas para a legitimação do holocausto presentes no episódio "Padrões de Força". 

6. Para finalizar, sugeri aos educandos que produzissem um artigo onde pudessem demonstrar que aprenderam a utilizar as produções audiovisuais como ferramentas de leitura de mundo, interpretação da realidade e problematização historiográfica. O formato do artigo vem em seções padronizadas: Título; Resumo; 1. Introdução (apresentar a intersecção dos dois temas: Nazismo e Star Trek); 2. Nazismo e perseguição aos judeus (com o objetivo de historizar-se o holocausto); 3. Realidade e ficção (com o objetivo de desenvolver a competência de leitura crítica de determinado evento histórico a partir de obra ficcional); 4. Conclusão; Referências. 

Às alunas e aos alunos (meninas dominam!) que atingiram mais do que satisfatoriamente a proposta da atividade, obtendo nota máxima, fiz o convite para que seus textos fossem publicados aqui, o que foi aceito por HenriqueEllenJúliaLuanaSara e pelo Felipe, algo que me honra demais. Como é bom quando o professor tem esse material humano para trabalhar. São meus queridos formandos da turma 92, turma a qual me sinto extremamente orgulhoso e agraciado com o privilégio de ser seu paraninfo.

O quinto artigo é o da Luana: 



NAZISMO ATRAVÉS DA FICÇÃO: COMO A SÉRIE STAR TREK PODE NOS ENSINAR POR MEIO DA FICÇÃO OS MALES DO NAZISMO

Luana Soares da Silveira


RESUMO: O tema desse artigo apresenta como os nazistas construíram a ideia de que os judeus eram uma raça inferior por meio da manipulação da população, e como com a implementação de um estado racial foi possível perseguir e exterminar milhões de judeus. A partir dessa ideia comparar a realidade enfrentada na Alemanha nazista com a ficção do episódio Padrões de Força, da serie americana Star Trek, através de demonstrar as suas diferenças e suas semelhanças com base nos acontecimentos vistos nesse episódio. Com base metodológica em pesquisas na internet e recolha de dados escolares foi possível concluir que não seria factível implantar um sistema nazista em nenhum lugar do universo sem que causasse uma onda de ódio e extermínio por meio de um objetivo irracional.

PALAVRAS-CHAVE: Nazismo, Ficção, Realidade, Comparação, Star Trek: Padrões de Força.

INTRODUÇÃO

Nesse trabalho será apresentado como os nazistas construíram a ideia de que os judeus eram uma raça inferior, como se deu a perseguição dos judeus pelos nazistas e mostrar a comparação de realidade e ficção desse momento histórico com o episódio da serie Star Trek, Padrões de Força. Os objetivos buscados com esse trabalho são os de mostrar o que os ideais nazistas causaram, e apontar as semelhanças e diferenças entre a realidade e a ficção. Com base metodológica em recolha de dados por meio escolar, pesquisas na internet e análise do episódio Padrões de Força da serie de TV Star Trek.

NAZISMO E PERSEGUIÇÃO AOS JUDEUS

Os nazistas construíram a ideia que os judeus eram uma raça inferior por meio de manipulação da opinião publica. As propagandas nazistas representavam os judeus como símbolos étnicos do comunismo, por meio de acusações de que os judeus teriam uma conspiração para dominar o mundo com base no livro “protocolo dos sábios de Sião”. Esse livro que foi usado para denegrir a imagem dos judeus é comprovadamente falso, reforçando a manipulação da opinião publica feita pelo governo nazista.

A ideia de associação dos judeus com o comunismo não foi o único meio do governo nazista de denegrir a imagem dos judeus. Em várias propagandas nazistas os judeus eram mostrados com características denominadas feias, como narizes e orelhas de tamanhos grandes para que suas imagens fossem associadas à de um rato. No entanto essas mesmas propagandas comparavam o judeu “feio” com um homem alemão ariano perfeito. Tudo isso tinha o único motivo, de desumanizar os judeus e tornar a raça ariana super-humana.

Com o apoio da opinião publica, medidas de eugenia e a implementação de um estado racial por meio das leis de Nuremberg introduziram a pratica de perseguição e extermínio aos judeus. Um marco dessa perseguição foi a “Noite dos Cristais” onde mais de 1000 sinagogas foram incendiadas e 7 mil estabelecimentos comerciais que eram de judeus foram destruídos ou deteriorados. A “Noite dos Cristais” ficou conhecida porque ela resultou e estilhaços de vitrines que ficaram espalhadas pelas ruas e pela morte de aproximadamente 100 judeus.

Além de terem muitos de seus direitos confiscados os judeus tiveram que passar a usar a estrela de Davi amarela com a palavra “jude” (judeu) inscrita, pregada na roupa. Na determinada solução final dos judeus, eles tiveram propriedades confiscadas e começaram a ser levados aos campos de extermínio, onde eram mortos ou participavam de experiências que tinham como proposito: facilitar a sobrevivência dos militares do eixo, testar medicamentos e tipos de tratamentos para sobreviver a doenças e ferimentos encontrados pelos militares e descobertas por meios de experiências inumanas feitas principalmente com judeus. 

O médico Werner Fischer, em Sachsenhausen fez experimentos para determinar como as diferentes “raças” reagiam a diversas doenças contagiosas. E os nazistas faziam experimentos em crianças nos campos de concentração com o objetivo de torná-las mais fortes, fazer seus olhos clarearem e terem traços aproximados ao padrão ariano.

REALIDADE E FICÇÃO

Semelhanças 

A trama do episódio da série de TV Star Trek consiste na busca por um historiador terrestre. É descoberto que ele interferiu no desenvolvimento do planeta para onde ele tinha sido designado como observador cultural, em razão dessa intervenção o planeta começa a seguir os ideais da Alemanha nazista.

No episódio é visto muitas semelhanças em relação ao planeta Ekos com a Alemanha nazista. Em Ekos os nazistas denegriam os zeons por meio do apelido de porcos e os perseguiam com o mesmo ideal nazista terrestre de que outras raças são inferiores. Essa perseguição assim como na Terra foi feita a partir de discursos de ódio, uma propaganda acessível ao povo que era as telas espalhadas pelo planeta, que se assemelha aos rádios na Alemanha e uma enorme militarização do planeta.

É possível destacar que no episódio se encontram presentes as roupas dos militares idênticas as da época da Alemanha nazista. E com base nas cenas apresentadas vemos também saudações publicas ao Fuhrer e uma adoração extrema ao Fuhrer. 

Muitas dessas semelhanças estavam expressas de uma forma bem fácil de associar a Alemanha nazista, mas estão presentes também associações mais complexas como: os zeons que se escondiam em esgotos, que remetem ao ideal nazista terrestre de associar judeus com ratos, pois o habitat principal dos ratos é no esgoto. O líder dos ekoseanos (Fuhrer) não era nativo daquele planeta, assim como Hitler não era nativo alemão.

Um dos pontos de maior destaque pessoal referente ao episódio, é a fala de isak (zeon) “Sem nós para odiar não existiria nada para mantê-los unidos”. O planeta que era fragmentado se uniu com o único proposito de odiar seres que nunca tinham feito nada que fosse prejudicial para os nativos. 

Diferenças

As diferenças que são possíveis destacar entre o episódio e os acontecimentos que ocorreram na Alemanha nazista são a inexistência dos campos de concentração, com base em que nenhum momento é mostrado no episódio algo igual ou parecido. A escala mundial nazista presente no planeta, que foi algo que não foi possível de ser alcançado pelo nazismo terrestre, pois outros países agiram contra o nazismo na terra. E os zeons não tinham nada que os caracterizava como a estrela de Davi que caracterizava os judeus.

Uma das maiores diferenças é que o nazismo representado em Ekos não teve como objetivo embelezar o planeta com base na crença da eugenia de uma raça. Mas sim em tentar pegar o desenvolvimento ocorrido na Alemanha da época do nazismo, e tentar reproduzir sem a presença de um estado racial e sem a presença de um genocídio em massa como o que aconteceu na Alemanha.

CONCLUSÃO

Concluímos que a partir dos temas abordados em relação à construção dos nazistas de que os judeus eram uma raça inferior e das formas que eles usaram para o extermínio em massa dos judeus e da comparação desses acontecimentos reais com a ficção apresentada no episódio Padrões de Força da série Star Trek. É possível apontar que o sistema nazista não daria certo em nenhum lugar do universo, pois seus ideais irão constantemente estar sujeitos à propagação de ódio e violência extrema por meio da união de um povo para odiar outro com motivos irracionais.

REFERÊNCIAS

HISTORY, Disponível em: https://seuhistory.com/noticias/10_experimentos-nazistas-super-crueis-em-seres-humanos Acesso: 24 de novembro de 2018 às 19h00min.

HOLOCAUST ENCYCLOPEDIA, Disponível em: https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/nazi-medical-experiments Acesso: 23 de novembro de 2018 às 19h00min.

RODRIGUEZ, Diogo, Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/teoria-da-conspiracao-os-protocolos-dos-sabios-de-siao/ Acesso: 23 de novembro de 2018 às 18h15min.

Nazismo em Star Trek, por Ellen Paixão Tavares


Como professor de História e trekker, é evidente que, sempre que possível, utilizo Star Trek em minha atividade docente. Seja em exemplos diversos dados em meio as aulas, seja através de trabalhos mais específicos e elaborados como é o caso do trabalho que relato neste post. 

Tenho uma turma de 9º ano fantástica, com alunos acima da média. Esse fato por si só já facilita tremendamente o meu trabalho, por outro lado coloca um desafio ainda maior a minha frente, já que se tratam de alunos inteligentes e curiosos, que não se satisfazem com o mínimo. Querem sempre o máximo. Por isso, criei uma atividade para o conteúdo de Nazismo e 2ª Guerra Mundial envolvendo o episódio "Padrões de Força", da segunda temporada da série original. Um trabalho exigente, que busca despertar a capacidade dos alunos em interpretarem a sociedade na qual vivem, bem como problemas históricos, a partir das obras audiovisuais de ficção. Mas por que Star Trek, se existem tantas obras que tratam sobre a 2ª Guerra Mundial e o Nazismo que se passam no calor dos acontecimentos? A resposta é simples: pelos valores que Star Trek nos ensina. Além do respeito à liberdade, à diversidade, aprendemos com Star Trek a defesa intransigente da tolerância. A filosofia principal de Jornada nas Estrelas é "Infinita diversidade, em infinitas combinações". Isto é, tudo que aprendemos com a série é justamento o oposto do que o nazismo pregou e colocou em prática. Por fim, o princípio basilar da Federação: A Primeira Diretriz. Esta norma versa sobre o primeiro contato com novas civilizações. É vedada a contaminação cultural sobre sociedades que se encontrem em estágios tecnologicamente inferiores, a fim de evitar o que os europeus fizeram com as sociedades pré-colombianas, por exemplo. Pois é exatamente uma violação da Primeira Diretriz que causa os problemas que podemos acompanhar no episódio. 

 As aulas foram planejadas mais ou menos da seguinte forma:

1. Expliquei brevemente a história do antissemitismo na Europa, até atingir o estágio de "antissemitismo racista", que serviu de força motriz ao nazismo;

2. Contextualizei o ódio e a perseguição sistemática aos judeus ao longo da década de 20 e seu recrudescimento a partir da chegada dos nazistas ao poder;

3. Exibi o documentário "Arquitetura da Destruição" com o objetivo de demonstrar que o nazismo se trata (também) de uma estética, objetivando "embelezar o mundo" através do extermínio dos elementos culturais e artísticos considerados degenerados (entartete kunst), elementos estes associados diretamente aos bolcheviques e aos judeus, considerados pelos nazis "representantes étnicos da internacional comunista"; 

4. Discuti a partir deste dado, que não bastava ao nazismo eliminar a arte "bolchevique e judaica", mas era necessário eliminar fisicamente (a solução final) os criadores desta cultura, isto é, os judeus, que desta forma foram diuturnamente desumanizados pela propaganda nazista, associados perante a opinião pública através dos meios de comunicação de massa a animais, insetos e vermes. Assim surgem os campos de concentração e extermínio. 

5. Para visualizarmos estes elementos em funcionamento, propus a exibição do episódio "Padrões de Força", de Star Trek, onde há uma denúncia contundente do nazismo. Na produção em questão, de 1966 (portanto duas décadas após a liquidação do nazismo), é possível verificar a perseguição, a desumanização e as tentativas de aniquilição de um povo. Na história, nazistas e judeus; na ficção, ekoseanos e zeons. Da mesma forma, o episódio nos transmite a ideia de que qualquer tentativa de extrair algo de positivo do nazismo (o desenvolvimento econômico da Alemanha nazista, por exemplo) é uma impossibilidade. Como disse John Gill, o observador cultural da Federação que feriu a Primeira Diretriz e implantou o regime nazista no planeta Ekos, tornando-se seu fuehrer: "Até mesmo os historiadores falham em aprender história. Cometem os mesmos erros". Sem dúvida, um alerta necessário, sobretudo nestes tempos onde o fascismo volta a mostrar os dentes. Para preparar os alunos, fiz uma apresentação em power point explicando as principais características do regime nazista, destacando um dos objetivos da atividade que é desenvolver o olhar crítico sobre produções audiovisuais e mostrando personagens e filosofias de Star Trek. Complementarmente, distribuí um texto de minha autoria intitulado "Nazismo: a barbárie na civilização", construído de forma a destacar - sem relacionar diretamente - estratégias nazistas para a legitimação do holocausto presentes no episódio "Padrões de Força". 

6. Para finalizar, sugeri aos educandos que produzissem um artigo onde pudessem demonstrar que aprenderam a utilizar as produções audiovisuais como ferramentas de leitura de mundo, interpretação da realidade e problematização historiográfica. O formato do artigo vem em seções padronizadas: Título; Resumo; 1. Introdução (apresentar a intersecção dos dois temas: Nazismo e Star Trek); 2. Nazismo e perseguição aos judeus (com o objetivo de historizar-se o holocausto); 3. Realidade e ficção (com o objetivo de desenvolver a competência de leitura crítica de determinado evento histórico a partir de obra ficcional); 4. Conclusão; Referências. 

Às alunas e aos alunos (meninas dominam!) que atingiram mais do que satisfatoriamente a proposta da atividade, obtendo nota máxima, fiz o convite para que seus textos fossem publicados aqui, o que foi aceito por HenriqueEllenJúliaLuanaSara e pelo Felipe, algo que me honra demais. Como é bom quando o professor tem esse material humano para trabalhar. São meus queridos formandos da turma 92, turma a qual me sinto extremamente orgulhoso e agraciado com o privilégio de ser seu paraninfo.

O quarto artigo é o da Ellen:


NAZISMO EM STAR TREK

Ellen Paixão Tavares



RESUMO: O objetivo deste artigo é analisar e entender como aconteceu o terrível regime nazista, como foi aplicado e suas consequências, tanto na realidade, quanto na ficção. Reunindo informações sobre a história da Alemanha e sobre o episódio da série de TV, conseguimos informações concretas para o artigo. Os resultados foram dolorosos para todos da população alemã e do mundo, todos sofreram com a guerra. Ainda há esperanças de um mundo melhor para todos os seres humanos viverem em sociedade. 

PALAVRAS-CHAVE: Nazismo, Judeus, Star Trek, Perseguição, Hitler, Guerra.


INTRODUÇÃO

Neste artigo apresentarei fatos do terrível governo nazista e como foram as consequências causadas por este horror. Apresentarei fatos e comparações ao episódio da série Star Trek e como aconteceu a perseguição aos judeus e o motivo do ódio de Hitler pelos mesmos.

NAZISMO E PERSEGUIÇÃO AOS JUDEUS 

O nazismo se iniciou na Segunda Guerra Mundial com Hitler no poder da Alemanha comandando o governo e impondo suas ideias aterrorizantes na população. Hitler era bom em fazer seus discursos com muita interpretação "teatral" para convencer o povo de seus projetos. Hitler era um artista frustrado com suas obras e seus quadros não aceitos e com seu pai o agredindo e dizendo que isto era coisa de desempregado que não teria futuro algum. Hitler cresceu perturbado. 
No nazismo, a ideia principal seria criar o ariano perfeito, embelezar o mundo em um "padrão de beleza" único, quem fosse diferente seria eliminado. Os judeus eram odiados e rejeitados por eles considerarem uma raça inferior a eles e uma raça suja e podre. Consideravam animais, não viam como humanos. Caracterizam-os como ratos, sempre com os narizes grandes e orelhas avantajadas, como se vivessem em esgotos e fossem sujos. Após a Primeira Guerra, a Alemanha saiu praticamente quebrada financeiramente e os judeus mais ricos acabaram investindo em países mais ricos e vivendo praticamente em luxo. O ódio veio por contas financeiras, religiosas e preconceituosas. Hitler acreditava muito que sua religião apenas era a certa e isso também acabou prejudicando. 
Os ataques aos judeus começaram com perseguições e sequestros para os campos de concentração. A SS (uma organização militar organizada pelo nazismo) começou a "caça" tirando muitos de suas famílias e causando o terror. Os judeus eram levados aos campos de concentração para trabalho forçado e condições de vida como se fossem animais horripilantes. Levados para câmaras de gás para morrerem.

REALIDADE E FICÇÃO

                Star Trek é uma série de TV lançada em 1966 com três temporadas da sua série e 13 filmes. Até hoje a saga faz muito sucesso entre públicos de todas as idades. 
No episódio 21 da segunda temporada da série, tratamos sobre o nazismo. Podemos ver diversas coisas semelhantes à realidade. A nave Enterprise vai investigar o desaparecimento de John Gill, um historiador da federação. Capitão Kirk e o oficial Spock (protagonistas da saga) se vestem como nazistas para se disfarçarem em um regime alienígena de extrema-direita. O planeta Ekos está dominado pela influência nazista, símbolos, saudações, discursos de ódio... exatamente ao de Hitler. Os ekosianos estão em guerra os Zeons, o planeta mais próximo, buscando uma "solução final". Os Zeons são como os judeus comparados a realidade, nos discursos do seu líder nazista, sempre termina com "morte aos Zeons!" e a saudação nazista. Os Zeons se escondiam nos esgotos, eram comparados com porcos ao invés de ratos como na realidade antigamente no regime nazista. A mídia era manipulada assim como no governo de Hitler, para eles o certo era acabar com os Zeons, assim como antigamente acreditavam que os judeus deveriam ser exterminados. 

CONCLUSÃO

A partir da análise deste artigo, podemos confirmar que nenhum judeu vivia sua própria vida em paz por conta de preconceitos étnicos, religiosos e econômicos. A sociedade se tornou obcecada por discursos do Hitler e passou a acreditar em seus horrores falados em discursos. Tanto na ficção, quanto na série, os horrores são os mesmos, destruindo famílias e criando o "ariano perfeito". 

REFERÊNCIAS

MOMENTUMSAGA.com/2017/09/nazismo-na-ficcao.html

CORRIERE.IT/spettacoli/11_novembre_05/star-trek-mazista-germania-tortora_42cf6300-07a5-11e1-8b90-2b9023f4624f.shtml

TREKBRASILIS.ORG/2011/11/08/patterns-of-force-na-tv-publica-alema-pela-1%C2%AA-vez/

Os Padrões de Força: a volta do Nazismo, por Felipe Linck



Como professor de História e trekker, é evidente que, sempre que possível, utilizo Star Trek em minha atividade docente. Seja em exemplos diversos dados em meio as aulas, seja através de trabalhos mais específicos e elaborados como é o caso do trabalho que relato neste post. 

Tenho uma turma de 9º ano fantástica, com alunos acima da média. Esse fato por si só já facilita tremendamente o meu trabalho, por outro lado coloca um desafio ainda maior a minha frente, já que se tratam de alunos inteligentes e curiosos, que não se satisfazem com o mínimo. Querem sempre o máximo. Por isso, criei uma atividade para o conteúdo de Nazismo e 2ª Guerra Mundial envolvendo o episódio "Padrões de Força", da segunda temporada da série original. Um trabalho exigente, que busca despertar a capacidade dos alunos em interpretarem a sociedade na qual vivem, bem como problemas históricos, a partir das obras audiovisuais de ficção. Mas por que Star Trek, se existem tantas obras que tratam sobre a 2ª Guerra Mundial e o Nazismo que se passam no calor dos acontecimentos? A resposta é simples: pelos valores que Star Trek nos ensina. Além do respeito à liberdade, à diversidade, aprendemos com Star Trek a defesa intransigente da tolerância. A filosofia principal de Jornada nas Estrelas é "Infinita diversidade, em infinitas combinações". Isto é, tudo que aprendemos com a série é justamento o oposto do que o nazismo pregou e colocou em prática. Por fim, o princípio basilar da Federação: A Primeira Diretriz. Esta norma versa sobre o primeiro contato com novas civilizações. É vedada a contaminação cultural sobre sociedades que se encontrem em estágios tecnologicamente inferiores, a fim de evitar o que os europeus fizeram com as sociedades pré-colombianas, por exemplo. Pois é exatamente uma violação da Primeira Diretriz que causa os problemas que podemos acompanhar no episódio. 

 As aulas foram planejadas mais ou menos da seguinte forma:

1. Expliquei brevemente a história do antissemitismo na Europa, até atingir o estágio de "antissemitismo racista", que serviu de força motriz ao nazismo;

2. Contextualizei o ódio e a perseguição sistemática aos judeus ao longo da década de 20 e seu recrudescimento a partir da chegada dos nazistas ao poder;

3. Exibi o documentário "Arquitetura da Destruição" com o objetivo de demonstrar que o nazismo se trata (também) de uma estética, objetivando "embelezar o mundo" através do extermínio dos elementos culturais e artísticos considerados degenerados (entartete kunst), elementos estes associados diretamente aos bolcheviques e aos judeus, considerados pelos nazis "representantes étnicos da internacional comunista"; 

4. Discuti a partir deste dado, que não bastava ao nazismo eliminar a arte "bolchevique e judaica", mas era necessário eliminar fisicamente (a solução final) os criadores desta cultura, isto é, os judeus, que desta forma foram diuturnamente desumanizados pela propaganda nazista, associados perante a opinião pública através dos meios de comunicação de massa a animais, insetos e vermes. Assim surgem os campos de concentração e extermínio. 

5. Para visualizarmos estes elementos em funcionamento, propus a exibição do episódio "Padrões de Força", de Star Trek, onde há uma denúncia contundente do nazismo. Na produção em questão, de 1966 (portanto duas décadas após a liquidação do nazismo), é possível verificar a perseguição, a desumanização e as tentativas de aniquilição de um povo. Na história, nazistas e judeus; na ficção, ekoseanos e zeons. Da mesma forma, o episódio nos transmite a ideia de que qualquer tentativa de extrair algo de positivo do nazismo (o desenvolvimento econômico da Alemanha nazista, por exemplo) é uma impossibilidade. Como disse John Gill, o observador cultural da Federação que feriu a Primeira Diretriz e implantou o regime nazista no planeta Ekos, tornando-se seu fuehrer: "Até mesmo os historiadores falham em aprender história. Cometem os mesmos erros". Sem dúvida, um alerta necessário, sobretudo nestes tempos onde o fascismo volta a mostrar os dentes. Para preparar os alunos, fiz uma apresentação em power point explicando as principais características do regime nazista, destacando um dos objetivos da atividade que é desenvolver o olhar crítico sobre produções audiovisuais e mostrando personagens e filosofias de Star Trek. Complementarmente, distribuí um texto de minha autoria intitulado "Nazismo: a barbárie na civilização", construído de forma a destacar - sem relacionar diretamente - estratégias nazistas para a legitimação do holocausto presentes no episódio "Padrões de Força". 

6. Para finalizar, sugeri aos educandos que produzissem um artigo onde pudessem demonstrar que aprenderam a utilizar as produções audiovisuais como ferramentas de leitura de mundo, interpretação da realidade e problematização historiográfica. O formato do artigo vem em seções padronizadas: Título; Resumo; 1. Introdução (apresentar a intersecção dos dois temas: Nazismo e Star Trek); 2. Nazismo e perseguição aos judeus (com o objetivo de historizar-se o holocausto); 3. Realidade e ficção (com o objetivo de desenvolver a competência de leitura crítica de determinado evento histórico a partir de obra ficcional); 4. Conclusão; Referências. 

Às alunas e aos alunos (meninas dominam!) que atingiram mais do que satisfatoriamente a proposta da atividade, obtendo nota máxima, fiz o convite para que seus textos fossem publicados aqui, o que foi aceito por HenriqueEllenJúliaLuanaSara e pelo Felipe, algo que me honra demais. Como é bom quando o professor tem esse material humano para trabalhar. São meus queridos formandos da turma 92, turma a qual me sinto extremamente orgulhoso e agraciado com o privilégio de ser seu paraninfo.

O terceiro artigo é o do Felipe:


OS PADRÕES DE FORÇA: A volta do nazismo



Felipe Linck


RESUMO: Neste artigo será retratado o nazismo, e como matou milhões de pessoas; será retratado o antissemitismo e porque foi associado ao nazismo e por fim, foi feita uma comparação entre o episódio “Padrões de Força” da segunda temporada de Star Trek e a “Barbárie” que foi o nazismo para toda a história.

PALAVRAS-CHAVE: Nazismo. Star Trek. Comparação. 

INTRODUÇÃO

Star Trek foi uma série criada por Gene Roddenberry e conta as aventuras da nave estelar U.S.S Enterprise. Em um de seus episódios é feita a procura de um historiador que acaba implementando o nazismo em um planeta em evolução. Mas o que é o nazismo? E porque pode estar relacionado ao antissemitismo?

NAZISMO E PERSEGUIÇÃO AOS JUDEUS

O nazismo tem como princípio a busca pela “raça pura”. O homem ariano puro de sangue e corpo, esta ambição veio de Hitler que buscava uma eugenia e a partir de seu mandato tratou judeus e outras etnias como não-humanos, apenas como uma praga deste homem alemão que deveria ser dizimada.
Este anti-semitismo não veio de Hitler, desde a idade média os judeus não eram bem vistos, principalmente na Europa onde a Igreja Católica era predominante, os cristãos diziam que era uma arrogância judaica dizer que Jesus não era filho de Deus e também os culpavam pela morte de Jesus. Durante o século XIX, muitos judeus e outras minorias enfim tinham conseguido direitos civis depois de muita recusa pela Igreja católica e obrigações à conversão ao catolicismo, mas que logo foram deixados de lado por líderes que queriam conquistar o máximo de colônias possíveis, argumentando que a “raça branca” era superior à todas as outras, e isto também valia aos judeus, dizendo que eles eram uma “raça semita” e que tinha o mesmo sangue e outras características biológicas (mesmo havendo outras etnias mundo afora como judeus negros, asiáticos, etc.) criando o chamado anti-semitismo racista.
Baseado neste antissemitismo racista, Hitler transformou a Alemanha em um estado racial, utilizando as leis de Nuremberg. No começo atingiu apenas os judeus, com proibições de casamentos e relações sexuais com alemães, além de terem que usar a Estrela de Davi em suas roupas e o escrito Jude para identifica-lós, mais tarde esta lei também atingiu descendentes de judeus, mesmo que a pessoa não fosse judaica, além de negros e deficientes.
Para Hitler por em prática o “embelezamento” da Alemanha, ele esterilizou muitos deficientes, e exterminou milhares de judeus, primeiramente foram utilizados o fuzilamento e incineração em câmaras que causavam uma chuva de cabelos pelas cidades, estes métodos não eram eficientes e causavam muito cansaço físico e emocional aos soldados, e com isso implementaram a “Solução Final”. Constituía em uma deportação em massa de judeus e outras minorias para a Polônia, nos campos de concentração, onde eram aprisionados, explorados, escravizados e por fim mortos por asfixiamento, alguns acabaram sofrendo experiências médicas desumanas. Em média 6 milhões de judeus foram mortos, somando 2/3 de todos que viviam na Europa.

REALIDADE E FICÇÃO

Na segunda temporada da série Star Trek, episódio 21: Padrões de Força. A nave U.S.S Enterprise recebe a missão de encontrar um historiador humano que aparentemente violou a Primeira Diretriz no planeta Ekos, implementando o nazismo em sua cultura, John Gill (Historiador da Federação) torna-se o Führer no planeta, seu objetivo era tentar trazer a “parte agradável” do nazismo e fazer a civilização prosperar mais rapidamente, no entanto, seu vice, Melakon traz o preconceito e o ódio do nazismo para o estado. 
Os Zeons (habitantes do planeta Zeon) são considerados um problema no novo estado nazista, e Melakon justifica isto implementando a “Decisão Final”, uma analogia para a Solução Final nazista.
Uma outra analogia do episódio é que os Zeons, considerados como judeus, vivem e se abrigam no esgoto, justo o que a propaganda nazista ressaltava. Uma possível diferença é a tomada de poder pelo Vice-Führer mas sem retirar John do cargo, já que ele era o símbolo da implementação nazista, como Hitler foi.
Quando Spock e Kirk chegam ao planeta são apreendidos pelos soldados nazistas, e torturados pelos mesmos para dar informações sobre quem são, mas nenhum deles resolve contar e a solução para eles era a morte. Esta tortura lembra muita as atrocidades que os nazistas realizavam nos judeus nos campos e fora deles também.

CONCLUSÃO 

Sabe-se que o nazismo foi terrível para a história da humanidade, e sempre será lembrado como em Star Trek para que nunca um movimento irracional aconteça de novo, e que nunca aquelas atrocidades cometidas aos judeus aconteçam novamente e que nem mesmo, num planeta distante, este sistema deva ser adotado.

BIBLIOGRAFIA

USHMM. “Anti-Semitismo”. Disponível em: <https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/antisemitism-1>. Acesso em: 17/11/18.

USHMM. “As Leis Raciais de Nuremberg”. Disponível em: <https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/the-nuremberg-race-laws>. Acesso em: 17/11/18.

USHMM. “Auschwitz”. Disponível em: <https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/auschwitz-1>. Acesso em: 17/11/18.

USHMM. “Racismo Nazista”. Disponível em: <https://encyclopedia.ushmm.org/content/pt-br/article/nazi-racism>. Acesso em: 17/11/18.

WIKIPEDIA. “Star Trek (série original)”. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/Star_Trek_(s%C3%A9rie_original)?wprov=sfti1>. Acesso em: 18/11/18.

O Nazismo na Ficção Científica, por Sara Schmitt



Como professor de História e trekker, é evidente que, sempre que possível, utilizo Star Trek em minha atividade docente. Seja em exemplos diversos dados em meio as aulas, seja através de trabalhos mais específicos e elaborados como é o caso do trabalho que relato neste post. 

Tenho uma turma de 9º ano fantástica, com alunos acima da média. Esse fato por si só já facilita tremendamente o meu trabalho, por outro lado coloca um desafio ainda maior a minha frente, já que se tratam de alunos inteligentes e curiosos, que não se satisfazem com o mínimo. Querem sempre o máximo. Por isso, criei uma atividade para o conteúdo de Nazismo e 2ª Guerra Mundial envolvendo o episódio "Padrões de Força", da segunda temporada da série original. Um trabalho exigente, que busca despertar a capacidade dos alunos em interpretarem a sociedade na qual vivem, bem como problemas históricos, a partir das obras audiovisuais de ficção. Mas por que Star Trek, se existem tantas obras que tratam sobre a 2ª Guerra Mundial e o Nazismo que se passam no calor dos acontecimentos? A resposta é simples: pelos valores que Star Trek nos ensina. Além do respeito à liberdade, à diversidade, aprendemos com Star Trek a defesa intransigente da tolerância. A filosofia principal de Jornada nas Estrelas é "Infinita diversidade, em infinitas combinações". Isto é, tudo que aprendemos com a série é justamento o oposto do que o nazismo pregou e colocou em prática. Por fim, o princípio basilar da Federação: A Primeira Diretriz. Esta norma versa sobre o primeiro contato com novas civilizações. É vedada a contaminação cultural sobre sociedades que se encontrem em estágios tecnologicamente inferiores, a fim de evitar o que os europeus fizeram com as sociedades pré-colombianas, por exemplo. Pois é exatamente uma violação da Primeira Diretriz que causa os problemas que podemos acompanhar no episódio. 

 As aulas foram planejadas mais ou menos da seguinte forma:

1. Expliquei brevemente a história do antissemitismo na Europa, até atingir o estágio de "antissemitismo racista", que serviu de força motriz ao nazismo;

2. Contextualizei o ódio e a perseguição sistemática aos judeus ao longo da década de 20 e seu recrudescimento a partir da chegada dos nazistas ao poder;

3. Exibi o documentário "Arquitetura da Destruição" com o objetivo de demonstrar que o nazismo se trata (também) de uma estética, objetivando "embelezar o mundo" através do extermínio dos elementos culturais e artísticos considerados degenerados (entartete kunst), elementos estes associados diretamente aos bolcheviques e aos judeus, considerados pelos nazis "representantes étnicos da internacional comunista"; 

4. Discuti a partir deste dado, que não bastava ao nazismo eliminar a arte "bolchevique e judaica", mas era necessário eliminar fisicamente (a solução final) os criadores desta cultura, isto é, os judeus, que desta forma foram diuturnamente desumanizados pela propaganda nazista, associados perante a opinião pública através dos meios de comunicação de massa a animais, insetos e vermes. Assim surgem os campos de concentração e extermínio. 

5. Para visualizarmos estes elementos em funcionamento, propus a exibição do episódio "Padrões de Força", de Star Trek, onde há uma denúncia contundente do nazismo. Na produção em questão, de 1966 (portanto duas décadas após a liquidação do nazismo), é possível verificar a perseguição, a desumanização e as tentativas de aniquilição de um povo. Na história, nazistas e judeus; na ficção, ekoseanos e zeons. Da mesma forma, o episódio nos transmite a ideia de que qualquer tentativa de extrair algo de positivo do nazismo (o desenvolvimento econômico da Alemanha nazista, por exemplo) é uma impossibilidade. Como disse John Gill, o observador cultural da Federação que feriu a Primeira Diretriz e implantou o regime nazista no planeta Ekos, tornando-se seu fuehrer: "Até mesmo os historiadores falham em aprender história. Cometem os mesmos erros". Sem dúvida, um alerta necessário, sobretudo nestes tempos onde o fascismo volta a mostrar os dentes. 

6. Para finalizar, sugeri aos educandos que produzissem um artigo onde pudessem demonstrar que aprenderam a utilizar as produções audiovisuais como ferramentas de leitura de mundo, interpretação da realidade e problematização historiográfica. O formato do artigo vem em seções padronizadas: Título; Resumo; 1. Introdução (apresentar a intersecção dos dois temas: Nazismo e Star Trek); 2. Nazismo e perseguição aos judeus (com o objetivo de historizar-se o holocausto); 3. Realidade e ficção (com o objetivo de desenvolver a competência de leitura crítica de determinado evento histórico a partir de obra ficcional); 4. Conclusão; Referências. 

Às alunas e aos alunos (meninas dominam!) que atingiram mais do que satisfatoriamente a proposta da atividade, obtendo nota máxima, fiz o convite para que seus textos fossem publicados aqui, o que foi aceito por HenriqueEllenJúliaLuanaSara e pelo Felipe, algo que me honra demais. Como é bom quando o professor tem esse material humano para trabalhar. São meus queridos formandos da turma 92, turma a qual me sinto extremamente orgulhoso e agraciado com o privilégio de ser seu paraninfo.

O segundo artigo é o da Sara:

O NAZISMO NA FICÇÃO CIENTÍFICA



Sara Schmitt


RESUMO: No artigo a seguir será apresentado o Nazismo como uma marca histórica, sendo a causa da morte de milhões de pessoas inocentes por uma questão racial e irracional, tendo como líder Adolf Hitler, sendo ele mandante e orquestrante da eugenia que o Nazismo causou. Também será comentado sobre o episódio “Padrões da Força” de Star Trek, e como ele aborda o Nazismo.

PALAVRAS-CHAVE: Nazismo. Judeus. Raça-pura.

INTRODUÇÃO

No artigo presente será abordado o tema Nazismo como um movimento de extrema direita e irracional e como é associado com o antissemitismo. Por fim, será feita uma comparação entre o episódio “Padrões de Força” da segunda temporada de Star Trek e como o Nazismo mudou o rumo de toda a história deste mesmo episódio.

NAZISMO E PERSEGUIÇÃO AOS JUDEUS

“Raça pura”, este é o princípio e objetivo do Nazismo. A ambição de Hitler por um ariano puro de corpo, alma e sangue veio cedo, enquanto ele buscava a eugenia de raças “não puras” sendo essas homossexuais, negros, ciganos, doentes mentais, deficientes físicos e outras minorias, sendo os judeus seu principal foco de extermínio, tratando estes como simples animais não-humanos que não mereciam sequer um pingo de compaixão, sendo comparados com simples insetos insignificantes que deveriam ser exterminados. 

Este antissemitismo extremo não veio diretamente de Hitler, desde a idade média os judeus não são bem vistos, principalmente na Europa, onde a igreja católica era predominante, os católicos diziam que era arrogância judaica dizer que Jesus não era filho de Deus e também os culpam pela morte dele.

Hitler transformou a Alemanha em um estado racial, usando as leis de Nuremberg. No começo atingiu somente os judeus, com restrições como o casamento e relações sexuais com alemães, também tinham que usar uma estrela de Davi com o escrito jude em suas roupas, para poderem ser identificados, mais tarde a lei também atingiu descendentes de judeus, além de negros e deficientes.

Para Hitler realizar o tão sonhado “embelezamento alemão” começou esterilizando deficientes, exterminando milhares de judeus, inicialmente foram usados os métodos de fuzilamento e incineração em câmaras que culminavam em uma estranha chuva de cabelos ao redor da cidade, este método não durou muito tempo, pois não era eficiente e causava muito cansaço nos soldados, por isso ocorreu o ato da “Solução Final”. Esta seria uma deportação em massa de judeus e outras minorias para a Polônia, nos campos de concentração, onde eram aprisionados, explorados, escravizados e por fim, mortos por asfixiamento, alguns tendo o azar de sofrer experiências médicas desumanas. Em média, 6 milhões de judeus foram mortos, somando 2/3 de todos os judeus da Europa.

REALIDADE E FICÇÃO

Na segunda temporada da série Star Trek a nave U.S.S. Enterprise recebe a importante missão de encontrar um historiador humano que havia dado como perdido, este que aparente mente violou a Primeira Diretriz no planeta Ekos, encorpando o que era pra ser um novo nazismo em sua cultura, John Gill (Historiador da Federação) se torna o Führer no planeta, por mais que seu objetivo não fosse esse, ele queria trazer a “ parte boa” do Nazismo à tona novamente, tentando fazer o povo prosperar, porém, seu vice, Melakon, trás o ódio e o preconceito do Nazismo, dopando Gill para assumir o controle e fazendo ele ser somente a “capa” do movimento.

Os Zeons (habitantes do planeta Zeon) são visto como um problema para esta sociedade, tendo assim, que ser exterminados.

Quando Spock e Kirk chegam ao planeta, são apreendidos pelos soldados nazistas e torturados por não lhes ceder informações sobre quem são, como eles se recusaram a falar, foram sentenciados à morte, mesmo conseguindo fugir da prisão antes disso ocorrer realmente. A tortura cometida contra os personagens, lembra muito as torturas feitas contra os judeus nos campos de concentração e fora deles também.

CONCLUSÃO

Com o artigo recém apresentado, conclui-se a importância da informação, seja essa através de jornais, revistas, sites e até mesmo, como o exemplo dado, séries. O Nazismo como uma marca de sangue na história do mundo, é algo que não pode se repetir, e séries como essa ajudam a levar isso para cada vez mais pessoas, sendo assim, muito mais fácil que o conhecimento se espalhe. Como em Star Trek, o Nazismo sempre será lembrado e enfatizado como algo terrível e irracional.

BIBLIOGRAFIA

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