quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Os 50 anos de Star Trek: o ser humano em busca da Fronteira Final


Tornei-me fã de Jornada nas Estrelas no ano em que ela completava 25 anos. Lá se vão duas décadas e meia, e hoje, 8 de setembro de 2016, a jornada atinge seu jubileu. Completar 5 décadas com a jovialidade que a série exibe é pra poucos.

No distante ano de 1966 as transmissões televisivas eram de péssima qualidade. Todos que assistiram Jornada no ano de seu nascimento - e em muitos anos seguintes - a viram em preto e branco, ou em cores desbotadas, em imagens cheias de chuviscos, invariavelmente em telas diminutas.

Era quase impossível imaginar naquela altura que Star Trek chegaria tão longe, onde nenhuma série jamais esteve. E isso se deu não somente pelas histórias empolgantes, pelos atores carismásticos, pela imponente nave Enterprise. A permanência de Jornada nos corações e mentes de gerações de trekkers deve muito ao seu tema principal: o ser humano. Não apenas o ser humano em seus dilemas e ofícios, mas o ser humano no que possui de melhor. O amor pelo conhecimento, a busca por evolução e a tentativa de se viver uma vida de paz constituem essencialmente Star Trek, que por isso mesmo apaixona a todos que compartilham dos mesmos ideais.

O humanismo em Jornada nas Estrelas é galopante. Enquanto a ficção científica até então apresentava mundos distópicos, com tristes fins para a humanidade, Gene Roddenberry ía na direção oposta, chegando a resvalar no positivismo de Comte. Entretanto, a diferença crucial do ex-policial de Los Angeles em relação ao pensador francês do século 18 é que nessa utopia de união dos povos, respeito às diferenças - e não só respeito, mas a valorização destas - tudo transcorria na mais pura normalidade democrática, com direitos fundamentais assegurados a todos os seres - terrenos ou extraterrenos. Além da igualdade, a liberdade. Afinal, uma pode existir sem a outra? Isso toca fundo no imaginário das pessoas. Isso explica o devotado amor dos fãs pela série.

Estamos muito longe ainda de atingirmos o quase paraíso imaginado por Gene Roddenberry, o que não nos impede de sonhar, e melhor ainda: sonhar juntos. É isso que trekkers têm feito ao longo dos 50 anos de Jornada nas Estrelas. Acreditamos em valores que ainda continuam sendo expressos só no papel. Mas acreditamos que um dia poderemos chegar lá. Star Trek se traduz em esperança. Star Trek nos motiva, nos alegra e nos aponta direções. Além dos inúmeros casos em que a série influenciou avanços científicos, não podemos nunca esquecer que o modelo social que a série apresenta deve servir como um parâmetro para os nossos próprios avanços sociais, aqui no atrasado século 21. Então essa longa jornada fará cada vez mais sentido.

Vida longa e próspera a Star Trek. Que possamos viajar a bordo da Enterprise por muitos e muitos anos ainda, sempre em  busca da Fronteira Final, segunda estrela à direita, até o amanhecer...

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