quarta-feira, 30 de março de 2016

O início da exibição de Star Trek no Brasil

Ainda na década de 1960 Star Trek começou a ser exibida pela televisão brasileira. A estreia foi na TV Excelsior, no dia 21 de janeiro de 1968. O sucesso estimulou outras redes a transmitirem o programa, por exemplo a TV Bandeirantes (Canal 13) de São Paulo, como atesta o Estadão de 23 de março de 1969. Na peça publicitária em questão, a série era divulgada como "cinema". A exibição acontecia originalmente sempre às 21h30 das quintas-feiras, em um programa comandado por Branca Ribeiro, uma famosa apresentadora e garota-propaganda da década de 1960.

No outro anúncio, também publicado no Estadão, em 1ª de agosto de 1969, a produção já era descrita como "série filmada de televisão". Nesse período, a exibição de "Jornadas nas Estrêlas" havia sido ampliada, indicando com isso sucesso de audiência. O programa agora era exibido, além das quintas-feiras (em novo horário, 20h30), também aos domingos, às 18h.



23/03/1969
01/08/1969

Primeiras impressões sobre o lançamento da nova enciclopédia de Star Trek

Com informações de trekcore.com

No ano passado ficamos sabendo que a "Star Trek Encyclopedia", há muito tempo esquecida, retornaria no 50º aniversário da franquia, com grandes atualizações. O site trekcore.com publicou hoje uma matéria contendo uma primeira passada de olhos neste lançamento. 

De acordo com um comunicado de imprensa para este novo guia de referência de Star Trek o lançamento será luxuoso:

Em comemoração aos 50 anos deste programa clássico, lançamos uma revisão totalmente autorizada: uma enciclopédia em dois volumes com um design completamente novo, novas fotografias coloridas deslumbrantes e ilustrações. São 300 páginas somente com novas entradas, embaladas luxuosamente.

Desde a publicação original, 25 anos atrás, "The Star Trek Encyclopedia" tem sido a principal fonte para tudo que é relacionado ao cânone da franquia. Com informações altamente detalhadas, incluindo sinopses de cada episódio e dos filmes, nenhum outro livro chegou perto de oferecer a mesma riqueza de conhecimento sobre o universo de Star Trek.

Agora, "The Star Trek Encyclopedia" foi completamente revista e redesenhada para uma nova geração de fãs. Esta edição atualizada e expandida inclui 300 páginas novas, oferecendo novas pesquisas detalhadas sobre os personagens, naves e eventos dos últimos 15 anos de programas e filmes da franquia, incluindo as temporadas 4 a 7 de Voyager, 1 a 4 de Enterprise e o filme Nêmesis. Obviamente, a publicação também apresenta material detalhado dos filmes Star Trek (2009) e Star Trek: Into Darkness (2013).

A Enciclopédia já se encontra em pré-venda na Amazon (clique aqui) e terá seu lançamento em outubro. Infelizmente, ainda não há previsão de lançamento em português no Brasil. Quem sabe a editora Aleph, que parece ter despertado depois de um longo sono em relação à demanda de livros de Star Trek no país, não decide investir neste lançamento primoroso? Proponho que façamos esta solicitação na página da editora no facebook

Vida e longa e próspera ao mercado editorial trekker no Brasil!


Neste dia, há 21 anos: Brent Spiner e dicionário de klingon

Há exatos 21 anos, em sua edição de 30 de março de 1995, o jornal O Estado de São Paulo informava que a Editora Aleph lançaria em breve o dicionário de Klingon. Na mesma edição, uma entrevista com Brent Spiner, que se encontrava no Brasil divulgando Star Trek: Generations. No Rio de Janeiro, na mesma data, o jornal O Globo também publicava matéria com Brent Spiner.







terça-feira, 29 de março de 2016

Empresa apresenta coleção de maquiagem inspirada em Star Trek

Com informações de startrek.com e Bryan Fuller

A empresa de cosméticos MAC apresenta uma nova coleção de maquiagem que vai enlouquecer as trekkers. A coleção é inspirada em Star Trek, mais especificamente, nos estilos de Deanna Troi, Uhura, Seven of Nine e a orion girl Vina. A coleção especial com 25 peças irá abranger lábios, olhos e produtos de rosto.

"Star Trek é um fenômeno icônico da cultura pop, cujas histórias atravessaram as barreiras raciais", disse o diretor de criação da MAC James Gager em um comunicado. "Para o seu 50º aniversário, comemoramos cada uma das mulheres poderosas de Star Trek em uma transcendente coleção de maquiagem."



Rod Roddenberry fala sobre a nova série de Star Trek

Com informações de http://redshirtsalwaysdie.com/

Nesta semana, Rod Roddenberry falou ao trekzone.org e deu a entender que tem grandes esperanças em relação à nova série de Star Trek. 

Dizendo estar com "esperanças consideráveis", Roddenberry faz algumas considerações a respeito da nova produção:

Bryan é, naturalmente, um grande fã de Star Trek. Tenho confiança de que ele fara jus.
Aredito que toda a equipe é incrivelmente capaz. Eles entendem a importância de Star Trek. Eles entendem que é o 50º aniversário e não querem re-escrever a história. Eles não vão mudar nada. Eles entendemte que precisam dar o seu melhor para fazer os fãs felizes mas também sabem que é preciso fazer algumas coisas diferentes. 

Rod Roddenberry, filho do criador de Jornada, diz exatamente o que os fãs querem ouvir nesse momento em que se aguardam notícias a respeito do retorno da série à TV. Esperamos que suas "profecias" venham a se concretizar da melhor maneira possível. 


segunda-feira, 28 de março de 2016

Qual o significado do estilo de Nicholas Meyer para a nova série de Star Trek?

Traduzido do original "What Nicholas Meyer's writing means for the new Star Trek series", de Eleanor Tremeer publicado em http://moviepilot.com/posts/3833683

Estamos em uma época muito emocionante para ser fã de Star Trek, com Beyond sendo lançado em julho e uma nova série de TV estreando em 2017. As notícias para o novo show vem em migalhas, mas já podemos ter alguma ideia de como será, graças ao anúncio de Bryan Fuller como showrunner e de Nicholas Meyer como um dos principais roteiristas. A nomeação de Meyer é especialmente interessante, pois seu tempo à frente dos filmes de Star Trek foram revigorantes para a franquia, marcando o início de algumas mudanças interessantes. 

O impacto de Meyer sobre Jornada

Meyer é uma espécie de gigante de Star Trek, embora ele nunca tenha escrito para os programas de TV, ele co-escreveu e dirigiu Star Trek II: The Wrath of Khan e Star Trek VI: The Undiscovered Country, também co-escrevendo Star Trek IV: The Voyage Home.

Seu estilo é a parte mais importante dos filmes da turma original de Star Trek, e The Wrath of Khan em especial é conhecido como um dos (se não o) melhor filme de toda a franquia. Meyer combina uma boa compreensão dos personagens de Star Trek com uma nova perspectiva. Seus filmes são muito agradáveis de assistir, mesmo sem conhecimento prévio da série original.

Ao privilegiar temas sobre família, sofrimento e políticas raciais, Meyer foi, indiscutivelmente, o primeiro a lançar um olhar crítico sobre a missão um tanto colonialista da Federação. Suas alterações contribuíram muito para a estética dos filmes originais, fazendo-os muito diferentes da série original da TV, e, em certa medida, a franquia como um todo. 

Falando a startrek.com em 2014, Meyer explicou suas opções narrativas:

Eu tive algumas ideias ao assistir os episódios e pensei: Bem, você sabe, esse cara [Kirk] nunca realmente teve que enfrentar uma derrota. Ele sempre meio que ganha. Então vamos colocá-lo em uma situação em que ele perde. E ver o que acontece. O resto foi sobre: eu não gosto desses cenários, eu não gosto desses figurinos. Eu quero que se pareça com um submarino. Eu quero que eles falem como se estivessem na Marinha. Coisas desse tipo. 

É claro, algumas vezes as mudanças de Meyer foram um pouco incongruentes com o resto da franquia e algumas vezes também o elenco e a equipe tiveram problemas com isso. 

Fazendo mudanças

Em The Undiscovered Country, Nichelle Nichols inicialmente discordou de Meyer sobre a cena em que Uhura tenta traduzir klingon uando vários livros e dicionários. Nichols apontou que seria improvável a Forta Estelar ainda utilizar livros impresso em pleno século 23.

Nichols não foi a única a não concordar com as mudanças de Meyer. Gene Roddenberry particularmente não gostava da crítica de Meyer sobre as relações raciais entre os seres humanos da Federação e os klingons. Meyer explicou seu confronto com Roddenberry ao LA Times em 2011:

A tripulação da Enterprise tem todo tipo de preconceito racial em relação aos klingons. Algumas de suas observações, incluindo como todos eles se parecem e como cheiram mal, e todas as coisas xenófobas a que se agarraram, foram profundamente ofensivas para Roddenberry, porque ele achava que não seria assim. De fato, em seu conceito original de Star Trek não havia qualquer conflito. 
Então, o que isso tudo pode significar para o novo show? Bem, claramente, Meyer tem suas próprias ideias, tais como crítica política e uma forte estética naval, que ele gosta de incorporar em suas criações para Jornada. Certamente, isto vai influenciar sua escrita na série de 2017.

Falando para craveonline.com em 2014, Meyer explicou a razão porque sentiu incongruentes os filmes do reboot:

Eu acho - e já fiz essa analogia -  que Star Trek é uma garrafa da qual diferentes épocas podem ser derramadas. Eu fiz um monte de mudanças, pois eu costumava dizer: "por que eles estão vestindo pijamas?" Mas não acho que mudei os personagens. Eu pensei que Kirk e Spock e aquelas pessoas eram quem elas eram. A maior coisa que me chocou foi Spock espancando alguém então pensei: "Isto está mudando a forma da garrafa".

Os recentes filmes de Star Trek não tiveram a melhor recepção entre os fãs, com muitas pessoas criticando Abrams por ele ter feito justamente o que Meyer descreveu: tentar fazer de Star Trek algo que Star Trek não é. Obviamente, quando se tratar do novo show, Meyer, Fuller e os outros roteiristas não estarão simplesmente emulando os personagens clássicos. Eles trarão uma nova história, o que na prática significa que ele terão que reinventar a franquia, mantendo a forma da "garrafa".

Meyer já comentou sobre o que podemos esperar da nova série, e o que ele disse ao site denofgeek.com é muito intrigante:

Eu acho que será um Star Trek diferente. E acho que isso é provavelmente bom, pois a única coisa que me me incomoda sobre Star Trek é o medo de ser uma paródia de si mesmo. Bryan tem ideias, algumas das quais já ouvi, que são inovadoras e diferentes. Diferente é o que me interessou. 
Isso se encaixa com o que conhecemos de Meyer, como ele sempre trouxe uma nova perspectiva para Star Trek. Mesmo indo adiante, que é o que o novo show deverá ser, é bom saber que Meyer também acredita em permanecer fiel à história de Jornada - a forma da garrafa - e criar algo que se sinta parte da franquia. 

Coming soon... Star Trek: Beyoncé


Lançada nova imagem de Star Trek: Beyond

Com informações de trekmovie.com

Desde o lançamento do trailer em dezembro os fãs aguardavam novidades em relação ao filme Star Trek: Sem Fronteiras, com estreia no Brasil prevista para o dia 21 de julho.

Ontem, o silêncio de quase três meses foi quebrado, com a divulgação de uma imagem promocional onde aparecem Scotty (Simon Pegg) e a alienígena Jaylah (Sofia Boutella). 

Na sinopse que acompanhou a divulgação da imagem o diretor Justin Lin continua mantendo segredo sobre a trama, afirmando simplesmente que

"Kirk e Spock são o coração do conjunto, mas todos nós amamos os outros personagens. Devemos ser capazes não apenas de mostrar esses personagens, mas de empurrá-los na direção de interagir e reagir a certos obstáculos"

Teremos uma maior participação de McCoy, Uhura, Sulu, Ckekov e Scotty? Em relação a este último é bastante provável, pois, além de ter sido o personagem escolhido para estampar uma imagem promocional do filme após longo tempo sem nenhuma informação nova, Simon Pegg, que o interpreta, é o responsável pelo roteiro do filme que marca os 50 anos de Jornada. A conferir. 


sábado, 26 de março de 2016

Os lançamentos de Star Trek IV: The Voyage Home e Star Trek: First Contact vistos pela imprensa brasileira

O texto abaixo foi publicado originalmente na edição n. 26 da Tribuna Quark, de março de 2016.

Estamos em 2016, e neste ano, Star Trek IV: The Voyage Home (ST-IV) e Star Trek: First Contact (ST-FC) completam datas “redondas”. O primeiro, de 1986, completa 30 anos. ST-FC, de 1996, chega aos 20. Coincidentemente, ambos retratam tripulações de diferentes Enterprises voltando ao passado da Terra. Voltaremos ao passado aqui também, lançando um olhar sobre como a imprensa brasileira retratou o lançamento destes dois filmes.

ST-IV dirigido por Leonard Nimoy, foi o filme comemorativo dos 20 anos de Jornada nas Estrelas. Em 11/09/1986 o Estadão noticiava sobre uma festa que a Paramount havia dado alguns dias antes - durante as filmagens de ST-IV - para comemorar as duas décadas da franquia. A notícia também já informava sobre os planos para uma nova série com "atores mais jovens" - de fato TNG foi lançada em 1987 - e o longa a ser dirigido por Shatner, a ser lançado em 1989. 

O jornal O Globo de 04/06/1987, registrava a estreia no Brasil de ST-IV naquele dia (na época os filmes demoravam meses para estrear aqui). O jornal afirmava que o filme seguia a tendência do cinema americano de contar histórias de viagem no tempo (em provável referência a De Volta Para o Futuro) e que se diferenciava dos filmes anteriores por "trilhar os caminhos da comédia-aventura". 

Em SP o filme estreara um mês antes do RJ, segundo a matéria "Risos do espaço" publicada pela revista Veja em 06/05/1987. A crítica foi positiva, enxergando o componente cômico da película como algo que a tornava uma "produção original no gênero". Já em 29/03/1988 o Estadão noticiava o lançamento em vídeo de ST-IV e fazia algumas críticas, ponderando que. se esse não era o melhor filme da série, pelo menos era o de maior faturamento até então.

Dez anos depois de ST-IV era lançado o segundo filme de TNG. Dirigido por Jonathan Frakes, ST-FC teve uma boa cobertura pelos segundos cadernos da imprensa brasileira. Em 21/02/1997 - lançamento do filme no Brasil - o Estadão publicou três matérias tratando da produção. Sob o título "Enterprise evita o extermínio da humanidade" o jornal considerava a "autorreferência" como um dos pontos fracos do filme, criticando igualmente a trama por sua “simplicidade”. Caracteriza-se a série como "uma forma alternativa de religião" e que o filme fora feito somente para os iniciados da "seita". 

Na mesma edição, sai uma entrevista com Patrick Stewart, onde este revela esta "ciente pela primeira vez na carreira da fusão ator/personagem" ao comentar sua forte identificação com o capitão Jean-Luc Picard, algo que lhe deixa "imensamente orgulhoso". Stewart revela ainda que a roupa usada na cena da caminhada espacial fora da nave foi a mais desconfortável que usou em toda sua carreira, sendo este um grande desafio.

Ainda no Estadão, há uma entrevista com James Cromwell (Zefran Cochrane), que informa nunca ter assistido nenhum episódio de Star Trek. Refletindo sobre o filme, Cromwell diz que o futuro otimista de Jornada nas Estrelas foi o fator determinante a convencê-lo a estar na produção e que considera os Borgs como uma metáfora do "capitalismo indo para a latrina". 

Por sua vez, O Globo tem opinião diferente do Estadão: para O Globo ST-FC é um filme que não agrada somente aos trekkers, mas também a um público mais amplo. Na matéria de 21/02/1997 intitulada "Série de vida longa e próspera", o jornal comenta o lançamento do filme, opinando que desde A Ira de Khan nenhum filme da franquia fora tão ligado à série de TV que lhe deu origem. Além disso, a matéria lembra que o filme traz elementos de Deep Space Nine (a nave Defiant) e de Voyager (o Doutor). Traz ainda a informação sobre problemas nas legendas "que trocaram a dobra espacial por 'dobraduras' e phasers em 'faseadores'.

Por fim, em 23/03/1997 O Globo publica matéria intitulada "Vida longa e próspera para o capitão Picard", onde entrevista o ator Patrick Stewart. Na entrevista, Stewart avalia que com os filmes a série teve a chance de conquistar um novo público.

Como visto, a imprensa brasileira, embora retrate Star Trek em suas páginas, muitas vezes revela desconhecimento a respeito do tema, tecendo comentários jocosos e realizando críticas que, recheadas de preconceitos e estereotipações contra a franquia, não passam de puro “achismo”. 

sexta-feira, 25 de março de 2016

Star Trek 2017: O pôster da nova série divulgado hoje NÃO é oficial

Com informações de TrekCore

NÃO, o pôster que ganhou as redes hoje mais cedo, sendo divulgado inclusive por este blog, NÃO é o pôster teaser oficial da nova série de Star Trek que irá ao ar em janeiro de 2017.

De acordo com o site TrekCore:

"Confirmamos que este não é uma peça promocional para a série de Star Trek 2017, e descobrimos que ainda não existe nenhuma peça oficial criada para a série de streaming do ano que vem. 

A verdade por trás deste modelo é muito menos emocionante: é simplesmente um gráfico de vendas de amostra para vendas da CBS.

Parece que vamos ter que esperar um pouco mais para todos os projetos oficiais da CBS".

Ou seja, tudo não passou de uma informação falsa, que rapidamente viralizou na web. Aliás, como disse alguém no tuíter, seria bastante estranho que nove meses antes de sua estreia a série já tivesse um pôster, enquanto o filme, que estreará daqui quatro meses ainda não possui esse tipo de material de divulgação.


Confira o primeiro pôster da nova série de Star Trek

Com informações de Empire

Até o momento, sabe-se muito pouco a respeito da nova série de Star Trek com estreia prevista no CBS All Access em janeiro de 2017. Além do produtor Bryan Fuller e da participação de Nicholas Meyer e do filho de Gene Roddenberry, quase nada a respeito da produção veio a público até agora.

No entanto, a CBS criou um cartaz teaser para o novo show, que provoca a curiosidade sem revelar nada. Chama a atenção no cartaz as cores utilizadas, semelhantes as cores do filme Star Trek VI: The Undiscovered Country. Como já foi divulgado que este filme possivelmente será uma grande referência para a nova série, o uso dessas cores adquire novo sentido. Os trekkers ficam cada vez mais curiosos. Ok, esta é uma boa forma de manter a atenção (e a tensão) a respeito do retorno de Star Trek à TV.

[ATUALIZAÇÃO] Agora à noite o site Trek Core, informou que o pôster não se trata de material oficial da CBS. Portanto, este pôster não é uma peça de publicidade da nova série prevista para 2017.

sábado, 19 de março de 2016

A Ira de Khan e A Série Animada serão lançados em alta definição

Com informações de trekmovie.com e treknews.net

No cinquentenário de Star Trek boas notícias chegam sobre lançamentos em alta definição. 

Star Trek: The Animated Series será lançada em Blu-ray ainda em 2016. De acordo com o Digital Bits, os 22 episódios, das duas temporadas serão lançados até dezembro, porém ainda sem informações de como será o formato dos bônus, que no DVD de 2006 incluíam comentários, making of e uma galeria de storyboard da animação, da série que foi ao ar de setembro de 1973 a outubro de 1974 na NBC.

Outro lançamento já definido para este ano será o Blu-ray de Star Trek II: The Wrath of Khan, quer virá em versão extendida, aprovada pelo diretor Nicholas Meyer. 

Até o momento ainda não há informações sobre recursos extras nesse novo lançamento. No entanto, há planos para o lançamento também no novíssimo formato Ultra HD.

São lançamentos importantes, no ano que Star Trek completa 50 anos, vindo a acrescentar mais emoções aos trekkers, que já esperam o lançamento de Star Trek: Beyond e novas informações a respeito da nova série que está sendo produzida. 

domingo, 6 de março de 2016

Eu, trekker: 25 anos de amor por Jornada nas Estrelas

Anotações de um menino trekker
Há 25 anos, quando eu descobri Jornada nas Estrelas (na época era assim que se falava por aqui, raramente alguém chamava de Star Trek) existiam somente a série original e TNG, e esta ainda estava nas suas primeiras temporadas. Sim, havia a série animada também, mas esta eu viria a conhecer somente alguns anos depois. No cinema, a franquia havia produzido cinco filmes, o sexto estava sendo lançado naquele ano. 

O mundo era um lugar diferente. O Muro de Berlim havia caído há dois anos apenas. Telefones celulares eram itens de ficção científica. Da mesma forma que computadores pessoais ou smartphones. Uma rede social era algo com um sentido completamente diverso do atual. E grande parte dos atuais fãs de Star Trek sequer tinha nascido.

Tudo começou quando a TV Manchete, através de sua afiliada no Rio Grande do Sul, a TV Pampa, passou a transmitir um programa chamado Sessão Espacial. Nas terças e nas quintas eram passados Buck Rogers e Galactica. Portanto, nos outros três dias da semana é que assistíamos embevecidos a versão dublada de Jornada nas Estrelas.

Álbum de figurinhas
Foi amor à primeira vista. Eu era apenas um guri, que sonhava com a conquista do espaço. Star Trek me permitia explorar a galáxia a bordo da USS Enterprise, ao lado de uma tripulação tão intrépida quanto fascinante. A amizade entre Kirk, Spock e McCoy era inspiradora e me fazia acreditar no valor de se ter amigos. Aprendi que a igualdade era um valor fundamental. Em um mundo recém-saído da guerra fria e começando a perder o medo da destruição atômica provocada por EUA e URSS, víamos um russo fazendo parte da tripulação. Havia uma mulher negra em posição de comando. Se hoje ainda mulheres e negros enfrentam o preconceito, no início dos anos 90 isso ainda era pior. Star Trek me educou nesse sentido.  Minha história é a mesma de milhões e milhões de garotas e garotos, que logo cedo, foram irremediavelmente arrebatados pelos encantos de Star Trek.

Obviamente, as aventuras pela galáxia também me fascinavam. Segundas, quartas e sextas, lá estava eu, 18 horas em ponto, sentado em frente à TV, audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve. Depois, aos sábados, surgiu a Nova Geração. Uma outra paixão, que se tornaria ainda maior que a paixão por TOS, começava a se desenhar. O seguro, austero e culto capitão Picard era um modelo a ser seguido. Desta vez, os velhos inimigos klingons estavam presentes na ponte da Enterprise, confirmando que o preconceito não foi feito para Jornada nas Estrelas. Se até os inimigos klingons podiam se tornar amigos, este era um sinal de que a humanidade ainda tinha jeito e poderia conciliar, algum dia, suas diferenças. Fui descobrindo todas essas coisas com Star Trek.

Recortes de jornal
Passei a colecionar recortes de jornal e revista sobre Jornada. A Abril lançou em 1991 uma coleção de HQ's, as quais guardo até hoje dentro da pasta que comprei na época para guardar os recortes e minhas anotações sobre a série. O sexto filme estava sendo lançado naquele ano, as notícias estavam chegando. Colecionei um álbum de figurinhas da Nova Geração, lançado pela Abril também.

"The Undiscovered Country" foi o primeiro filme da franquia que assisti no cinema, junto com meu melhor amigo da infância. Ambos improvisamos em casa mesmo, com ajuda de nossas mães, uniformes da Frota e fomos felizes da vida ao cinema em uma noite de abril de 1992, onde conhecemos na fila outras pessoas, mais velhas que nós, que amavam da mesma forma Jornada nas Estrelas.  Lembro até hoje quando a plateia inteira caiu na gargalhada quando Spock diz que segundo um velho ditado vulcano só Nixon pode ir à China. Embora eu fosse muito novinho, já era bastante interessado por história, e consegui entender a piada. Quanta felicidade assistir aquele filme na telona. Que noite memorável.

HQ dos anos 90
Em um concurso promovido pelo gibi da Abril, ganhei o pôster do filme. Ainda lembro quando cheguei em casa da escola e lá estava o tubo de papelão com o pôster dentro à minha espera no meu quarto. Momentos únicos e inesquecíveis da vida de um trekker-mirim. Tristemente, o pôster foi extraviado em uma mudança anos mais tarde.

Foi por essa época que ganhei uma tartaruga de estimação. Adivinhem o nome: Spock, é claro. Spock foi minha companheira por muitos anos, até desaparecer um dia. Era uma tartaruga que prezava sua liberdade. Apesar de iniciar uma procura por Spock, nunca mais a encontrei. Pequenas tragédias da vida de um mini-trekker.

A velha pasta: gibis, anotações e recortes
Os anos passaram, fui crescendo, novas séries foram surgindo. TNG acabou, vieram os filmes. Depois tivemos Deep Space Nine, Voyager e Enterprise. Li muitos livros, que foram lançados na década de 90 no Brasil. E o amor por Jornada nas Estrelas só crescia, e ainda cresce, como aquele pequeno trekker também cresceu. 

Mas tem dias que volto a ter 12 anos, e sinto que Kirk, Spock e McCoy são meus melhores amigos novamente. Vida longa e próspera a Star Trek! Que os meus 25 anos como trekker se tornem mais 25, quem sabe mais 25 ainda depois. 



sábado, 5 de março de 2016

Os 25 anos de Star Trek VI: The Undiscovered Country - seu lançamento visto pela imprensa brasileira

Jornada nas Estrelas VI:
A Terra Desconhecida
Star Trek VI: The Undiscovered Country, dirigido por Nicholas Meyer, completa em 2016 seus 25 anos. Foi o último filme com o elenco original, servindo como uma despedida de Kirk, Spock, McCoy e os outros tripulantes que amamos eterna e incondicionalmente. 

É um dos grandes filmes da franquia e Meyer, recentemente confirmado como roteirista e produtor da nova série da CBS, afirmou que o showrunner Bryan Fuller tem adoração por ele, devendo a película servir como "ponto de partida" e "pedra de toque" para o novo programa. 

Nada mais animador. 

Star Trek VI é, em minha opinião, o melhor e mais bem realizado filme de Jornada nas Estrelas. Um épico shakespeareano que trata sobre política e relações diplomáticas, realizado no contexto de fim do império soviético e possuindo todas as representações que isso poderia suscitar. 

Lançado em 6 de dezembro de 1991 nos EUA, chegou no Brasil alguns meses depois, em março de 1992. O filme teve um orçamento de 27 milhões de dólares, arrecadando quase 100 milhões. Um verdadeiro sucesso, digno da despedida da tripulação original. 

Estadão: destaque para efeitos especiais
Apenas três dias após seu lançamento nos EUA, o jornal O Estado de S. Paulo publicava texto de autoria de Sonia Nolasco, intitulado "Última viagem da Enterprise", trazendo informações sobre a estreia do filme nos cinemas americanos. De acordo com a autora, os fãs 

"berraram e pularam na cadeira , quando surgiu na tela a nave espacial Enterprise, e continuaram aplaudindo tudo, até o final, que traz o adeus de cada um dos heróis da equipe" 

O lançamento se deu em meio ao frio e a neve, e os fãs fizeram fila desde as 9 horas da manhã para não perder a sessão de estreia. Em sua maioria se portaram com respeito, havendo o caso, contudo, de um adolescente mais irreverente, que disse que a série agora deveria se chamar "Geria Trek", em função da idade dos atores, informou Nolasco. É mencionada declaração de Leonard Nimoy - criador da história de Star Trek VI - de que ele havia tido a ideia quando assistia pela TV a Guerra do Golfo.

De acordo com a crítica, 

"a trama do filme envolve vários temas modernos: convivência no clima pós-guerra fria, ecologia e racismo"

A percepção da autora é positiva em relação ao filme. Elogia os  efeitos especiais, a direção de arte e a maquiagem: 

"a produção dá um show de criatividade no setor gente esquisita, que eu não gostaria de encontrar na rua à noite"

Cita o papel de Iman, então noiva de David Bowie:

"uma das mais horríveis é Iman, noiva do roqueiro, modelo, beldade negra e, no filme, prisioneira numa imitação de arquipélago gulag coberto de neve. Iman tem olhos fosforescentes cor de laranja, e pode mudar de forma como o bandido de O Exterminador do Futuro 2"

A única dúvida, naquele momento, era se o filme realmente seria o último. Caso não fosse, a jornalista ponderava que em uma próxima película não poderia haver "lutas e correrias", em função da idade do elenco. 

Estadão: melhor filme da franquia
Em 4 de março de 1992, data da estreia do filme no Brasil, o Estadão publicou critica assinada por Luiz Carlos Merten, com o título "A Enterprise decola para a última missão".

O jornalista tem a opinião que Star Trek VI é o melhor filme da franquia, tendo a direção do mesmo diretor do filme que considerava o melhor até então: Star Trek II: The Wrath of Khan. Outro filme de sucesso no perído era JFK, de Oliver Stone. Para o jornalista ambas as produções guardavam semelhanças:

"trata-se de uma conspiração contra a paz mundial, no domínio da ficção científica, não difere muito daquela que Oliver Stone propõe na sua controvertida versão do assassinato do presidente John Kennedy"

É destacado no texto ser Star Trek VI o primeiro filme a estrear após a morte do criador de Jornada, Gene Roddenberry. Igualmente, o teor emocional da produção é abordado pela crítica, já que o filme marcava o encerramento de uma fase da série, abrindo espaço para que a Nova Geração - que já atuava na TV - ganhasse as telonas também.

"No ano passado, antes que A Terra Desconhecida estreasse, Roddenberry morreu. É justificada a dedicatória que recebe na abertura do filme de Nicholas Meyer. Não apenas por sua morte, mas também pelo assumido envelhecimento do elenco da série original, A Terra Desconhecida encerra uma fase. É o que torna o filme mais bonito."
Veja: Vovôs do espaço
Também em 4 de março, a revista Veja publicou matéria intitulada "Vovôs do espaço", assinada por Mario Nery, sobre o lançamento do filme no Brasil. O tom é praticamente o mesmo da crítica publicada pelo Estadão:

"O filme que entra em cartaz nesta semana tem um sabor especial: será a despedida dos atores que envelheceram interpretando os papéis principais da série e agora partem para uma merecida aposentadoria."

A matéria traz informações sobre a renda de Star Trek VI, que estando há 11 semanas em cartaz nos EUA, já havia arrecadado 72 milhões de dólares, 10 milhões a mais que JFK, que estava há 9 semanas em exibição.

Apenas um último ponto merece ser destacado sobre esta matéria. O autor revela um certo desconhecimento, ao afirmar que o personagem McCoy havia se tornado um idoso rabugento, que implicava com Spock. Ora, quem conhece Star Trek sabe que estas sempre foram características presentes no personagem.

Em síntese, as matérias foram bastante positivas sobre o filme. Mas houve uma exceção, vinda de Porto Alegre, no jornal Correio do Povo. Em 8 de abril de 1992, saiu uma nota com o título "Besteiras estelares chegam ao seu fim", assinada por uma pessoa chamada Tuio Becker. 

Seria Tuio Becker
um klingon?
Na "crítica", o jornalista revela todo seu ódio por Star Trek, ao afirmar que felizmente este seria o último filme da franquia. Descreve Star Trek VI como

"uma xaropada sobre paz mundial e ecologia tão pouco criativa quanto a capacidade de interpretação do elenco oficial"

De acordo com Becker, o filme "só pode agradar mesmo aos trekkies mais fanáticos". Diz ainda que todos que gostam de cinema esperavam que Kirk cumprisse a promessa e se aposentasse definitivamente. 

É no mínimo estranha tamanha histeria em relação a um filme que é considerado ótimo, não só por trekkers. O autor não devia estar em um bom dia (ou talvez fosse um klingon!). Mais surpreendente ainda é o Correio do Povo permitir a publicação de texto de tão baixo nível. 

Felizmente, ao contrário das previsões do "crítico", Star Trek continua mais viva do que nunca e Kirk nunca se aposentou. Após o famigerado texto já foram lançados 6 filmes e 3 séries, com mais um filme e mais uma série vindo aí. Star Trek vai bem, obrigado. 

Star Trek VI foi o filme mais bem avaliado pela imprensa brasileira até então. Mas é sempre bom relativizarmos qualquer crítica - principalmente quando feitas por generalistas, que não conhecem muito bem a franquia. Afinal, os críticos passam e Star Trek permanece.








quinta-feira, 3 de março de 2016

A tripulação aumenta: filho de Roddenberry sobe a bordo da nova série

As notícias sobre a nova série de Star Trek em produção pela CBS não param de chegar. Daqui pra frente, dia sim, dia não, teremos novidades sobre o retorno de Jornada nas Estrelas à TV. 

A notícia mais importante de hoje foi a confirmação de que Eugene "Rod" Roddenberry - filho do criador de Star Trek Gene Roddenberry - será um dos produtores executivos do novo programa.

Junto a ele, foi anunciado também o ingresso de Trevor Roth, diretor de operações da Roddenberry Entertainment, igualmente no cargo de produtor executivo da nova série. 

"Gene Roddenberry, o Grande Pássaro da Galáxia, deixou um ninho finamente emplumado para que possam desfrutar todos que amam Star Trek", disse Bryan Fuller em um comunicado.

"É justo que Rod Roddenberry e a Roddenberry Entertainment se juntem a nossa nova aventura para garantir que o legado de esperança para o futuro e a infinita diversidade nas infinitas combinações corram em nossas histórias como Roddenberry pretendia", concluiu.

No facebook, Rod afirmou que pretende carregar a visão de seu pai para a nova série. 


Fonte: http://www.hollywoodreporter.com/

Editora Aleph volta a publicar livros de Star Trek no Brasil

A belíssima nova capa de "Portal do Tempo"
Uma grande notícia para os trekkers brasileiros foi divulgada no ano passado, virando realidade somente este ano. A Editora Aleph voltaria a publicar livros de Star Trek em português em breve. No entanto, o ano de 2015 passou sem que a editora cumprisse a promessa, deixando os fãs apreensivos à espera das novas publicações.

Segundo a editora, serão lançamentos de títulos ainda não traduzidos para o português e também relançamentos, como Portal do Tempo, de A. C. Crispin, publicado pela Aleph na década de 90, primeiro lançamento desta nova rodada.

E eis que nesta semana a editora finalmente cumpriu sua promessa e colocou o livro em pré-venda, primeiro na Amazon, e alguns dias depois em outras livrarias. Na Saraiva, até o momento é onde o livro está com o preço mais em conta: R$ 31,90. Confira aqui. A data de lançamento está prevista para 18/03/2016, devendo ocorrer a entrega durante a segunda quinzena do mês.

Portal do Tempo é um clássico de Star Trek, escrito pela autora A. C. Crispin, falecida em 2013. Na história (Yesterday's son, no original, publicada em 1983) Kirk, Spock e McCoy descobrem que, durante uma viagem ao passado, Spock teve um filho. Agora, estão prestes a viajar mais uma vez através do portal do tempo a fim de resgatar esse filho, antes que seu planeta seja destruído.

Capa do livro nos anos 90
Enfim, esta é uma grande notícia para os trekkers, que esperam ansiosamente por mais lançamentos no ano em que a franquia completa 50 anos. Esperamos que as vendas sejam ótimas, estimulando à editora a continuar com as publicações. O mercado certamente existe e tende a crescer com o lançamento de Star Trek: Beyond em julho e a produção da nova série da CBS com previsão de estreia para janeiro de 2017.

terça-feira, 1 de março de 2016

Nicholas Meyer agita Star Trek com nova entrevista: a equação entre passado e futuro

"Star Trek VI: The Undiscovered Country" (STVI), dirigido por Nicholas Meyer. é um filme eminentemente político. Trata da aproximação entre a Federação e os Klingons, com o objetivo de construir um acordo de paz. No entanto, em ambas as partes existem pessoas que desejam evitar este acordo a qualquer custo, em benefício de seus próprios interesses. O filme, produzido no início dos anos 90, carrega ainda todo o espírito das décadas de guerra fria anteriores, entre URSS e EUA, criando uma poderosa alegoria sobre as intrincadas relações políticas entre duas superpotências, representadas na película pelos klingons e pela Federação.

Com a entrevista publicada ontem, onde Meyer dá pistas impressionantes do direcionamento da nova série, algumas questões saltam aos olhos. A principal delas é quando Meyer afirma que STVI é um filme amado por Bryan Fuller e que servirá como "ponto de partida" e "pedra de toque" para a direção que a nova série irá tomar.

Em primeiro lugar, isto não significa que a série irá se desenrolar no exato período cronológico pós eventos mostrados em STVI. Pelo contrário, acredito que a fala de Meyer possui um teor mais complexo. Ao dizer que ela será um ponto de partida, Meyer possivelmente quer transmitir a ideia de que a nova produção terá uma trama mais política, com foco nos confrontos diplomáticos, políticos, culturais e militares entre duas ou mais potências. Os klingons, naturalmente, são os grandes candidatos para ocupar essa posição de antagonismo em relação à Federação, por dois motivos principais: 1) a já revelada influência de STVI sobre Bryan Fuller; 2) logo em sua primeira fala a respeito da série, Fuller evocou memórias da sua infância, que recordavam justamente uma nave... klingon!

Outro aspecto que devemos levar em consideração é o caráter literário que sempre acompanha as produções de Meyer. Star Trek VI é um épico shakespeareano, por assim dizer, não apenas pelas frequentes citações do velho bardo inglês (a começar pelo título do filme), mas pela construção complexa dos personagens, que vivem intensos e fascinantes dilemas, simultaneamente lutando pelo poder. General Chang é um dos vilões mais deliciosos e profundos de Star Trek e seu embate com Kirk um dos grandes momentos de toda a franquia.

Em minha opinião, estes são os significados principais revelados na entrevista de Fuller. O novo Star Trek apostará em personagens complexos, envolvidos em tramas políticas e em intrigas galáticas, onde não apenas como fantoches que defendem automaticamente a bandeira sob a qual vivem, atuam guiados pelos seus próprios e inconfessáveis interesses particulares ou de seus sub-grupos. 

Por outro lado, Meyer faz questão de frisar que a nova série trilhará caminhos diferentes e inovadores. Isto poderá ser algo muito bom, para uma franquia que completa 50 anos. Por mais radicais que alguns trekkers possam ser, eternamente vinculados à "visão de Gene Roddenberry", o fato é que vivemos tempos completamente diversos daqueles no qual a série original foi ao ar. A inovação e a imaginação são fundamentais para a sobrevivência de Star Trek. Obviamente, sem desconsiderar o seu legado, que é majestoso. Porém, não esqueçamos de todos os graves problemas militares e políticos pelos quais o mundo passa hoje, inclusive com uma certa retomada da guerra fria, em função do conflito na Síria. Certamente, este novo "zeitgeist" poderá estar presente na volta de Star Trek à TV.

Resta saber como esta equação - inovação + referência ao passado + espírito da época - será resolvida pelos produtores.

O tempo nos responderá.