sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Discovery inicia bem 2ª temporada mas com excesso de drama [SPOILERS]


Brother, episódio inicial da 2ª temporada de Discovery estreou nesta sexta (18/01) na Netflix. 

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Antes de iniciar propriamente a crítica do episódio é importante dizer que eu AMEI a história e AMEI ver o retorno de Discovery. Irei apenas destacar um pequeno aspecto que não me agradou tanto. Vamos lá.

A segunda temporada de Star Trek: Discovery foi ao ar nesta sexta com o episódio Brother. Como esperado, a relação conflituosa entre Burnham e seu irmão adotivo Spock teve bastante destaque, embora este último tenha aparecido somente em sua versão criança.

O flashback inicial, que mostra Burnham chegando a casa de Sarek e Amanda em Vulcano é bastante interessante, por revelar como foi este primeiro contato dela com a família que a adotou. No entanto, nem tudo são flores e ficamos sabendo que Spock não a aceitou bem de início, algo quer marcaria para sempre a relação entre os dois. Contudo, a cena inicial, onde Burnham é conduzida por Sarek até sua casa, é linda. Uma das cenas mais bonitas já realizadas em Star Trek. 

Chegando ao presente, a história inicia no momento exato em que a 1ª temporada acabou: o encontro entre Discovery e Enterprise, chamada de "linda" por Detmer. O capitão Pike vem a bordo, com seu oficial de ciências (Sarek e Burham imaginaram que seria Spock) Connolly, que apesar de não vestir uniforme vermelho acabou morrendo por excesso de autoconfiança. 

Pike se mostra bem menos sisudo do que o original do primeiro piloto de Star Trek na década de 60. O que não impede de ser confrontado por Burnham, que demonstra novamente sua personalidade desafiadora, de menina que faz seu próprio caminho, característica alegorizada através da lenda africana narrada por ela no início do episódio. Além disso, Burnham parece não ter limites, como mostra a cena em que ela ouve o diário pessoal de Spock. Embora a cena seja importante, pois nela ficamos sabendo que há relação entre o sumiço de Spock e o fenômeno investigado, isto me pareceu uma invasão de privacidade inaceitável. 

Momentos cômicos do episódio são protagonizados por Tilly e sua verborragia inconsequente. Quanto a Stamets, é revelado que ele pretende assumir uma vaga como professor em Vulcano, deixando assim a Discovery. Um momento alto do episódio ocorre quando ele revê mensagens de vídeo de Culber, em um dispositivo colocado ao lado da têmpora (no melhor estilo Black Mirror) que cria uma espécie de realidade virtual particular. Uma referência nítida a Geordi La Forge aparece no oficial que opera o teletransporte, ele utilização um aparelho nos olhos muito semelhante ao VISOR do engenheiro-chefe da Enterprise-D. 

A missão segue as 7 explosões que ocorreram em pontos distantes da galáxia, contudo sem haver ainda uma boa definição do que se tratam. Burnham, quando ferida na missão de salvamento da tripulação de uma nave da Federação até então desaparecida (USS Hiawatha, cuja engenheira-chefe Denise Reno é um personagem com grande potencial), tem um vislumbre do Red Angel, que permanece envolto em mistério. 

O esperado momento de aparição de Spock ficará para os próximos episódios. Porém, de maneira competente sua personalidade foi traçada até aqui convincentemente. Spock está de licença, buscando sentido em sua vida, marcada eternamente pelo conflito interno humano/vulcano que remete inclusive a TMP. Contudo, há um elemento supreendente, revelado no final do episódio: Spock tem relação direta com o fenômeno Red Angel, possivelmente tendo desaparecido em função dele. 

Brother é um grande episódio, por seus ótimos momentos-chave: retoma um ícone da série, capitão Pike; traz as missões exploratórias e de salvamento típicas de Star Trek; apresenta um mistério espacial a ser resolvido; uso do motor de dobra em vez do de esporos; traz o personagem mais querido da história de Star Trek de volta e, melhor ainda, envolvido em eventos misteriosos etc.

Por outro lado, algo que poderia também ser uma boa qualidade da história (que tem potencial inclusive para estar em um longa-metragem, em muitos momentos me pareceu estar assistindo um filme), é que a carga dramática foi excessiva. Os sentimentos de Burnham em relação à rejeição de seu irmão adotivo Spock acabam se tornando exageradas no desenrolar da trama. E, pelo visto, este será o tom da temporada, ou de sua primeira metade no mínimo. 

De qualquer forma, como dito no início do texto eu AMEI "Brother" e acho que foi um início de temporada a altura da expectativa que eu tinha em relação a isto. Embora se possa fazer algumas críticas sobre aspectos que de forma alguma comprometem a qualidade do show, é importante dizer que o episódio de estreia da 2ª temporada marca o retorno triunfal de Discovery. Sorte dos fãs. 

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