Michael Piller (1948-2005), sem dúvida alguma, é um dos nomes mais importantes da história de Star Trek. É considerado o responsável direto pela virada qualitativa que TNG dá a partir da terceira temporada, especialmente por sua política de priorizar os episódios mais intimistas, que tratassem de questões profundas, centrados nos personagens principais da série.
O documento que vemos aqui é formidável justamente por mostrar o pensamento de Piller sobre os rumos que TNG deveria tomar.
Em um memorando, endereçado a todos os roteiristas e datado de 11 de dezembro de 1989, o recém chegado Michael Piller revela seus planos para TNG. Seu objetivo principal era desenvolver histórias que explorassem a "condição humana", em seus aspectos emocionais e psicológicos.
Nesse sentido, Piller elogia alguns dos episódios da terceira temporada que considerava representativos desta linha narrativa que buscava para a série: "Bonding", "Booby trap" e "The Enemy" - precisamente por mostrarem histórias mais intimistas.
E aí vem o pulo do gato do sr. Michael Piller. Ele afirma:
"Nós temos a tendência de parecermos maiores do que o necessário, às vezes. Nesse show eu estou descobrindo que, frequentemente, menos é mais".
Ou seja, as grandes explosões, as panes na Enterprise, as naves abandonadas no espaço, as chamadas de socorro não são a essência de Star Trek. Elas podem existir, é claro, mas em última análise o que Piller defendia era que as histórias tratassem dos personagens e que estes aprendessem com suas experiências. Seu interesse era o encontro da ficção científica com uma sociologia futurista, sendo a questão "sobre o que isso trata?" a orientação dos episódios.
Conhecer o passado é fundamental para se construir o futuro. Seria muito interessante que os produtores da nova série buscassem ler documentos como estes, assumindo-os como referências para o futuro de Star Trek.
Nenhum comentário:
Postar um comentário