domingo, 26 de março de 2017

Relembrando Leonard Nimoy no dia em que completaria 86 anos

Nimoy, imortalizado por Spock
Leonard Nimoy faleceu em fevereiro de 2015, vitimado por uma doença pulmonar. O mundo perdia o talento e a sensibilidade de um homem fascinante. Hoje, 26 de março de 2017, Nimoy completaria 86 anos. Para marcar a data, o blog relembra a trajetória do artista que deu vida a Spock, um dos personagens mais queridos por trekkers de todas as idades.

Casado por duas vezes, tendo dois filhos, Nimoy nasceu em Boston, no ano de 1931, no seio de uma família judaica de imigrantes ucranianos, e desde jovem demonstrou sua vocação para as artes, iniciando sua carreira no cinema em um filme de 1951 chamado "Queen of day", creditado como "Leonard Nemoy"

Daí em diante fez uma série de participações pequenas em muitas produções. Devido ao seu semblante exótico, muitos papéis étnicos lhe foram reservados: latino, nativo americano, italiano, foram alguns dos tipos encarnados por Nimoy no início de sua carreira. Como uma espécie de antecipação daquilo que estava por vir, em 1952 interpretou um alienígena no filme "Zombies of Stratosphere".

Foi como um russo, em um episódio da série The man from UNCLE, que contracenou pela primeira vez, em 1964, com o futuro colega de Jornada, William Shatner, do qual viria se tornar um grande amigo, sendo padrinho de seu casamento. Uma amizade que durou quase cinquenta anos, descrita por Shatner de forma tocante: "Até Leonard eu nunca soube realmente o que era ter um amigo", diz o velho capitão Kirk.

"Nemoy" em seu primeiro filme
Mas foi mesmo em Star Trek que Nimoy se imortalizou ao encarnar um dos personagens mais icônicos de todos os tempos: um alien de orelhas pontudas e seguidor da lógica chamado Spock. Nimoy, que era filho de um barbeiro, sempre contava que durante a década de 60, com o grande sucesso do personagem, o corte de cabelo mais pedido na barbearia do pai era o mesmo usado pelo vulcano.

Sem dúvida, Spock é o personagem mais popular de Star Trek até hoje. As orelhas, as sobrancelhas arqueadas, as expressões "fascinante" e "vida longa e próspera", o mind meld, o toque vulcano, e o gesto com as mãos para a saudação vulcana, aliados à interpretação precisa de Nimoy, transformaram o personagem num dos grandes ícones pop do século 20 e além. 

Spock não foi o primeiro alien que Nimoy interpretou
Sobre o gesto com as mãos para desejar "vida longa e próspera", Nimoy contava que sua origem estava no judaísmo, significando a letra hebraica Shin, que remete a Deus Todo Poderoso (El-Shaddai). Certa vez, quando pequeno, estava na sinagoga com seu pai, e num momento em que todos deveriam ficar com a cabeça abaixada, o pequeno Leonard ergueu os olhos curiosos e vislumbrou o rabino realizando aquele gesto enigmático. A imagem nunca mais saiu de sua cabeça, fazendo com que incorporasse, muitos anos depois, o gesto a seu personagem.

Ficou tão associado ao personagem que passou por crises, chegando a escrever um livro com o título de "Eu não sou Spock". Porém, mais tarde percebeu que estar tão intimamente ligado a Spock não era necessariamente uma coisa ruim e afirmou que se tivesse que escolher uma outra pessoa para ser o escolhido seria o vulcano.

Homem de múltiplos talentos
Afinal, foram Spock e Star Trek que proporcionaram a Nimoy ter uma carreira longa e próspera em meio às artes. Após o término do seriado na década de 60 e com os filmes derivados, nos anos 70, 80 e 90, Leonard transformou-se em diretor também. Além de dirigir dois filmes da franquia (Star Trek III e IV), Nimoy dirigiu outros filmes, inclusive um dos maiores sucessos da década de 80, o filme Três Solteirões e um Bebê. Além disso, ter encarnado Spock nunca o impediu de atuar como outros personagens em diversos filmes e séries ao longo de toda sua carreira.

Sendo um homem de rara sensibilidade, caracterizado por todos que o conheceram como doce e afável, Nimoy também se dedicou à poesia e à fotografia. Seus trabalhos nessas áreas são reconhecidamente de qualidade, agradando público e crítica, não pelo fato de serem obras do célebre Leonard Nimoy, mas por possuírem profundidade e excepcional valor estético.

Fotografia de "Shekhina", série fotográfica de Leonard Nimoy
É por essas e outras inumeráveis razões que Nimoy merece todas as homenagens e tributos quando na data de seu aniversário.

Recentemente, um grande tributo, em forma de filme, foi feito para homenagear Nimoy e Spock. Dirigido por seu filho, Adam Nimoy, o documentário For the Love of Spock é, talvez, a maior obra já feita para afirmar o amor que os fãs sentem por Nimoy e seu personagem inesquecível.

Leonard Nimoy foi um homem que viveu longamente e prosperou naquilo que amava fazer. Inspirou gerações e continua inspirando todos que sonham com um futuro melhor para a humanidade.

Trekkers, ou não, sentimos sua falta Leonard, e reverenciamos sua memória, que é imortal. Afinal, é como diz McCoy sobre Spock no final de Star Trek II: "He's not really dead, as long as we remember him".





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